Abdelhamid Abaaoud e outro terrorista morto durante o assalto da polícia francesa a um apartamento em Saint Denis na quarta-feira tencionavam cometer um atentado suicida no bairro financeiro de Paris, afirmou hoje o procurador de Paris, François Molins.
O assalto das forças da ordem era dirigido contra o belga Abdelhamid Abaaoud, considerado o cérebro dos atentados de Paris de 13 de novembro, dos quais resultaram 130 mortos e mais de 300 feridos.
Na sequência do assalto, Abaaoud morreu, bem como uma prima, Hasna Aitboulahcen, e um terceiro homem que se soube não estar registado pela polícia, depois de comparar o ADN com o Ficheiro Nacional Automático de Dados Genéticos.
O atentado em La Defense deveria ter ocorrido no mesmo dia do assalto ao apartamento em Saint Denis ou no dia seguinte, afirmou Molins, em conferência de imprensa, sem dar mais detalhes, para além do facto de estarem de posse de dois coletes com explosivos.
O ADN de Abaaoud e o do outro homem, que ainda não foi identificado, estava nas espingardas ‘kalachnikov’ encontradas no carro do ‘comando’ que, no dia 13, fez vários ataques a tiro em bares e restaurantes a leste da Praça da República, em Paris, que causaram a morte a 40 pessoas e ferimentos a dezenas de outras.
O procurador assinalou que os elementos disponíveis indicam que o ‘comando’ era formado por aqueles dois e Brahim Abdeslam, que se fez explodir com um colete de explosivos pouco depois destes ataques, num bar da avenida Voltaire.
O irmão de Brahim, Salah Abdeslam, segundo os elementos compilados até agora pelos investigadores, conduziu os três terroristas suicidas que detonaram os cintos de explosivos nas redondezas do Estádio da França, quando se disputava a partida amigável entre as seleções francesa e alemã.
O seu ADN estava no Renault Clio, em particular na chave, que se acredita ter sido utilizado para conduzir aqueles três homens, e que apareceu abandonado nas proximidades do Estádio, no distrito XVIII de Paris.
Salah Abdeslam, o homem mais procurado da Europa, é objeto de uma ordem de busca e captura internacional emitida pela França.
/Lusa