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Barroca marioneta de Santos Silva para fazer chegar dinheiro a Sócrates

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Paulo Cunha / Lusa

Joaquim Barroca (à esquerda) com José Sócrates em 2010

O ex-vice-presidente do Grupo Lena, Joaquim Barroca, terá acusado Carlos Santos Silva de ser o testa-de-ferro de José Sócrates, argumentando que foi levado pelo amigo do ex-primeiro-ministro a assinar “declarações em branco” sem saber do que estava em causa.

Esta é a tese de defesa de Joaquim Barroca, de acordo com o que apurou a revista Sábado que teve acesso a despacho do Ministério Público.

Joaquim Barroca é um dos arguidos da Operação Marquês e terá mesmo admitido, em interrogatório, que serviu de “barriga de aluguer” de José Sócrates para transferências bancárias da ordem dos 12 milhões de euros.

Ele terá recebido aquele montante numa das suas duas contas na Suíça, transferindo-o depois para o empresário Hélder Bataglia, um dos donos do empreendimento turístico do Vale do Lobo. De seguida, o dinheiro saiu das contas deste para as de Carlos Santos Silva.

A tese do Ministério Público assenta na ideia de que parte do dinheiro movimentado por Carlos Santos Silva pertencia, de facto, a José Sócrates.

Pelas contas de Joaquim Barroca na Suíça terão passado cerca de 14 milhões de euros que causam suspeitas ao Ministério Público.

O ex-dirigente do Grupo Lena declarou ao Ministério Público não saber “qual era a origem ou o destino” desses milhões, o que causa estranheza aos investigadores do caso, nota a Sábado.

“Como se pode admitir que cerca de 14 milhões de euros passem por uma conta bancária sem que a pessoa que é a única autorizada nessa conta saiba de onde é que veio tal dinheiro e para onde é que ele foi?”, questiona-se no despacho do Ministério Público citado pela revista.

A Sábado frisa que Joaquim Barroca alega “ter sido levado a assinar declarações em branco” por Carlos Santos Silva “para posterior realização das transferências a débito da sua conta”.

Ele pretende relevar que foi uma mera “marioneta” ingénua no meio do processo, conforme sustenta a publicação, realçando que o Ministério Público não acredita nisso.

Estas transferências bancárias sob suspeita, que poderão estar relacionadas com eventuais “luvas” no âmbito do empreendimento turístico de Vale do Lobo, colocarão ainda em cheque o ex-ministro Armando Vara, outro dos arguidos mediáticos da Operação Marquês.

SV, ZAP

16 Comments

  1. e será que o António Costa comenta estes factos ou sacode para o lado, como é seu timbre?

    Que venha a acusação desses pulhas todos e que se faça justiça.

  2. … A ver os ‘trocadilhos’ que aí vêem para o que já lhe saiu da própria boca e o que foi assinado com a própria ‘manita’ dele!

  3. Aonde está a justiça para os envolvidos nos milhões que desapareceram do BPN , nos submarino, Bes, etc, A moral é para todos, já compreendemos que não é assim.

  4. Pergunta a Carla onde está a justiça dos envolvidos nos casos, BPN bem é só perguntar a quem nacionalizou o banco a razão porque o fez que foi muito estranha, os submarinos é perguntar a quem encomendou e assinou a encomenda de 4 submarinos, e que depois lá conseguiram passar a 2 , e foi nesse momento que se levantou o véu pois as comissões foram pagas pelos 4 e os alemães quiseram o dinheiro de volta, bem o BES é só ver quem eram os amigalhaços do Dono Disto Tudo e tirem as conclusões.

    • Ao que consta, por último, os milhões dos submarinos terão sido ‘luvas-comissões’ a ‘financeiros do regime’ que passou a imperar nisto tudo e até sem que alguns da própria família soubessem, pouco dados a ‘proveniências’, embora também tenham recebido ‘trocos’ do bolo!

  5. Isto agora, salve-se quem puder., este diz que foi barriga…. não sei. É possivel. Hoje tudo se compra e vende, mesmo legalmente. Mas pergunto, se foi e esta bem intencionado,,….??? Porque não diz quanto ganhou? Foi de graça? Estava para casar com o Sócrates ? Ou tinha filhos dele?

    • Olá!?! Isso é a perversão da coisa! Sendo a coisa o tipo de protecção ! Se adequada ou não então isso ainda é outra coisa e essa não será a montanha a ditar. Será pr’ó canil?

  6. Atenda-se ao desenvolvimento da notícia:
    – … terá mesmo admitido…
    – … ele terá recebido…
    -… a tese assenta na ideia…
    – … terão passado milhões …
    -… causam suspeita ao M. P….
    Assim vai a nossa justiça neste processo, “de excepcional complexidade”!

    • Ao vêr um gajo com o olho à “belenenses” tendo ao lado a exma esposa ofegante da verborreia gestual a ele dirigida SERÁ presumível que ela lhe TERÁ dado alguma cabeçada no dito! Ora a cabeçada pode ser exagero do ‘ofegante’ mas se a ele associar aquela verborreia gestual, será ele a vítima? Não pergunte ao Belenenses com o devido respeito! É ele que tem um olho atrofiado! Olhe: PODERIA arranjar parceiro de discussão e essa SERIA dada à presunção de inocência porque ali ninguém SERÁ juíz!

  7. Exma. Sra. Carla, percebo no seu comentário que alega haver diferenças entre a justiça para o PS e o PSD. Sente de certeza alguma mágoa pessoal por apenas as rosas estarem na berlinda, mas lembre-se que do outro lado, também já foram uns quantos apanhados. Estou-me a lembrar de um taxista na Suíça que tinha uma conta milionária, sem saber como, de outro que oferecia torradeiras e varinhas mágicas, de um gangster que mandava “limpar” velhotas noutro continente, etc, etc.

    De qualquer das formas, o meu comentário é apenas num sentido; independentemente do partido, falta muita gente em Évora e há que compreender que tanto as moscas, como o suporte onde vegetam, é sempre o mesmo.

    Não se esqueça que o buraco do BPN foi feito pelos “amigos” do Sr. Anibal, todos laranjas, mas quem pagou a conta foi o preso cor-de-rosa, o famoso Sr. 44…
    Não sei se alguma vez já questionou isso, mas porque é que o Sr.44 nacionalizou o banco, pagou a conta e abafou o caso? Porque razão não o deixou falir? Porque razão não levou TODOS os responsáveis à justiça? Poderia simplesmente ter deixado falir o banco, como muitos outros faliram por esse mundo fora. No entanto, garantidamente não quis que a barraca fosse maior, porque muita gente estava envolvida. Já pensou que se fossem só os amigos do Sr. Anibal, não teria sido tão simples e que os rosinhas certamente não teriam feito nada?

    Quanto ao caso dos submarinos, acho que deveria procurar mais informação, porque começou no governo do sr. Guterres, com o Ministro da Defesa Veiga Simão. Esse Sr. quis comprar 5 submarinos em 1998, ao contrario dos dois que nós todos pagámos em 2002. Este caso foi por aí fora, dando dinheiro a tudo e todos, durante muito tempo. Sabe porque é que ainda ninguém foi dentro? Porque há tanta gente metida nisso, durante tantos anos, que não dá mesmo para mexer. Procure no youtube as sessões de inquerito parlamentar deste caso. Vai certamente perceber quem está envolvido, desde quando e porque não passa do ponto em que está. E isto é o que vai dando para saber…

    O meu pensamento é muito diferente do seu, uma vez que não me limito a implicar o partido A, B ou C. Não sinto qualquer injustiça, em relação a uns ou outros, quando alguém de um determinado partido está preso e os outros, de qualquer outro partido, não são investigados ou detidos. Apenas sinto que ainda falta fazer muita coisa e que muita gente vai ter que responder pelas três bancarrotas que pagámos e que ainda iremos pagar, durante muitos anos.

    De qualquer das formas, concordo consigo, quando sente que não está a ser feita justiça, uma vez que apenas o Sr.44 está preso. Durante estes últimos 40 anos, muita gente mamou e nós pagámos. Foram três bancarrotas. Foram empresas que de repente, viraram multinacionais. Foram casos de sucesso, com tipos que não davam nem para arrumadores. Falta muita gente em Évora e a próxima obra publica deveria ser a criação de um complexo politico, não de férias, mas penitenciário, para todos os corruptos que por aí andam.

    Gostaria de deixar uma duvida em aberto; porque é que apenas o Sr.44 está dentro, por todos estes esquemas que já sabemos? Porque é que mais ninguém, do seu governo ou de outros, está com ele? É que houve muita obra publica, muitos milhões desbaratados, durante muitos anos. Quantos mais faltam? É que ele não poderia ter feito isto sozinho, sem que mais ninguém soubesse. Quem tinha a tutela não deu por nada? O Ministro das Finanças pagou sem ver o que se passava? O Ministro das Obras Publicas não conferiu os cadernos de encargos de cada obra? O Ministro do Ambiente não reparou nas alterações que foram feitas ao plano de pormenor da Ria Formosa, para que se conseguisse construir as novas fases de Vale de Lobo?
    Poderíamos ficar aqui um dia inteiro, mas reitero o que disse; as moscas são as mesmas, de uma cor ou de outra, mas quem paga a merda, somos nós.
    Temos que nos deixar de partidarismos, porque não são uns ou outros, são TODOS.
    Para terminar, quero dar uma palavra de encorajamento aos nossos orgãos de investigação; FORÇA!!!
    Ainda falta muita gente em Évora.

  8. Quero dar os meus sinceros parabéns pelo texto, ao Sr. Nabo que também é Zé, não zé, nr. 44.
    É verdade tudo o que diz, As pessoas não deviam de dar qualquer credibilidade aos políticos.
    A corrupção foi (e continua) de tal monta ao longo destes 40 anos, que é difícil enumerar todos os casos.
    Nota-se alguma movimentação na Justiça nestes últimos tempos, mas existiram décadas que a impunidade foi total!
    E a corrupção passou sempre por órgãos públicos, com cobertura dos políticos e/ou advogados com eles relacionados, daí referir que o povo não lhe devia dar qualquer confiança!

  9. Zé Nabo: Concordoi em absoluto consigo. Tenho ainda uma proposta para o uniforme para os próximos 10.000 (estimativa) acusados (porque ou se apanham todos, ou não vale a pena): Listas horizontais côr de rosa e laranja. Pareceriam a versão “gay” dos Irmãos Metralha. Porra ! Deixem-me sonhar um pouco …

  10. De facto foi necessário Portugal ter passado para uma democracia para atingirmos o mais refinado em corrupção e pelos mais altos dirigentes deste país, só lhes restará a mais alta condecoração e por fim um túmulo no Panteão Nacional.

  11. Muito obrigado a todos e ainda bem que pensamos da mesma maneira.
    Gostaria de deixar o pensamento do dia:
    “Um preso politico não é de todo comparável com um politico preso”

  12. Mais do que pensar ou não por igual, o saco temporal do levantamento acima efetuado apenas peca por se dispersar no fundo o que é propício a omissões e imprecisões quando estamos perante acontecimentos de “memória fresca” e por isso a bitola da escória de cima de meio saco basta dadas as várias molduras penais já sabidas e por isso também as de coação diferentemente aplicadas por diferentes magistrados a tantos que continuam sob a alçada da justiça, repito, sujeitos a medidas de coação proporcionais à tipificação dos eventuais crimes praticados – Ressalvo que o saco são os crimes económicos e fiscais e a escória a diferenciação daqueles.
    Por isto tudo não recuemos às FP25Abril, Fundos do ultramar, Camarate. Não me contradizendo, não nos dispersemos na frente marítima do Garrão ou Ria Formosa ou que só o 44 se encontra detento… Qualquer cidadão sob medida de coação tem a sua liberdade condicionada e atenda-se com justiça que nunca tanto foi produzido em tão pouco tempo sobre tantos pela justiça – Crimes contra o estado (sistema nacional de saúde) transitados em julgado e as dezenas em investigação (Bancos, Banqueiros, ex-políticos e Empresas, terrenos, informação privilegiada e não só! Centremo-nos pois nos trabalhos das magistraturas da investigação e do M.Público. Depois os tribunais dirão.
    Há algo que parece certo: nenhum dos muitos processos e das eventuais certidões que deles venham a ser extraídas beneficiam de arrependidos o que aliviaria o trabalho das investigações em curso como aconteceu no processo das FP25Abril ou o outro que terá ‘perdido a cabeça’ de denunciar um FAX com asas carecido de aeroporto, obviamente para aterrar. Ainda assim acredito em políticos impolutos e na impoluta justiça… O “saco” é demasiado genérico e a triagem da escória é cada vez mais simples, aplicando os recursos judiciários e contornos da lei. Penso que se está a fazer naturalmente nos tempos devidos como é suposto num estado de direito democrático. O resto são troncos de bananeira em alto mar ou “perímetros de capelinhas”.

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