O diretor do Jornal de Notícias, Afonso Camões, apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral da República sobre violação do segredo de justiça no caso José Sócrates.
Num artigo publicado no JN esta segunda-feira, Afonso Camões conta que o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Amadeu Guerra, lhe disse que “não há política” no caso. O jornalista acusa o Correio da Manhã – ao qual se refere como “a Coisa” – de tentar denegrir o bom nome da concorrência com “mau jornalismo”.
O texto de opinião é uma resposta às notícias dos últimos dias do Correio da Manhã, que citava escutas a conversas entre José Sócrates e um dos seus advogados, Daniel Proença de Carvalho, sobre o negócio de compra da Controlinveste – o grupo que detém o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e a TSF. Nas conversas, Afonso Camões era também citado, sugerindo-se que terá sido o ex-governante a escolher o atual diretor do JN para o cargo.
O CM escreve ainda que Afonso Camões terá avisado o ex-primeiro-ministro de que estava a ser investigado, ainda em maio.
No artigo, Afonso Camões não nega esta informação, afirmando apenas que em maio não era diretor do Jornal de Notícias, mas presidente da administração da Lusa e por isso não atuava como jornalista, mas nega ter avisado José Sócrates como diretor do JN, dias antes da detenção, em novembro.
O diretor do JN acrescenta que “é verdade” que soube da informação de que José Sócrates estaria a ser investigado por um jornalista do Correio da Manhã. No entanto, mais do que isso, o diretor do JN alega que a informação do CM teria como fonte a “investigação, liderada pelo juiz Carlos Alexandre e pelo procurador Rosário Teixeira”.
“Erro maior, criminoso, é ser verdade essa possibilidade: que a fuga de informação veio dos agentes da justiça, ou seja, de onde menos podemos admitir que se cometam crimes de violação do segredo de justiça”, acrescenta.
Afonso Camões revela, no seu artigo, que foi queixar-se à Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, por violação de segredo de justiça e tentativa de condicionamento da sua liberdade, e acusa o Correio da Manhã de estar a levar a cabo uma guerra na imprensa: “Não podemos permitir que, a coberto de um caso mediático, empresas nossas concorrentes utilizem a mentira para tentarem ganhar vantagem”.
Na conversa com Joana Marques Vidal, na quinta-feira passada, na presença do seu diretor-executivo e do diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Amadeu Guerra, que tutela a investigação ao caso Sócrates, Afonso Camões diz que mostrou “séria preocupação pela intentona em curso, lesiva e violadora dos meus direitos, liberdades e garantias, e, sobretudo, o gravíssimo atentado à credibilidade deste JN centenário, que atravessou regimes e revoluções, mas que não é nem nunca poderá ser utilizado como instrumento de uma qualquer guerra empresarial, na disputa pelo controlo dos média portugueses”.
Em resposta, Joana Marques Vidal terá dito que nada podia fazer.
Afonso Camões foi administrador da Agência Lusa desde 2005, depois da vitória de José Sócrates nas eleições legislativas. Na altura foi nomeado da parte da Controlinveste, a principal empresa privada no capital da agência de notícias. Em 2009, passou a presidente do Conselho de Administração da agência, de onde saiu para a direção do Jornal de Notícias em maio de 2014.
O Conselho de Redação do JN também já se manifestou contra a reportagem do Correio da Manhã, afirmando que “a guerra de audiências (…) não pode ser feita à custa de ataques pessoais, mentiras, meias verdades e manipulações que visam única e exclusivamente minar a credibilidade da concorrência. E, acima de tudo, não pode ser feita usando o bem maior que é a informação, servindo-a contaminada, distorcida e apresentada como factual, quando na realidade apenas serve objetivos empresariais”.
“O jornalismo sério não é isso”, concluem.
ZAP
Não entendo muito bem estas querelas entre jornalistas ,mas uma coisa consegui extrair desta noticia é que a senhora magistrada referida-e não é só neste caso-sacode sempre a agua do capote,como soe dizer-se .Só ainda não entendi bem,qual o “capote” que veste.Oxalá que seja quente e preparado para a chuva.
A senhora Procuradora Joana Marques Vidal, é como o macaquinho: não sei, não vi, não ouvi. Curiosamente a senhora não foi nomeada pelo Pedrinho PC? No more coments.
Basta ler e ouvir as notícias do JN do DN da TSF e da TVI, para entender o que estava em causa nas escutas de Aveiro, que os anteriores responsáveis da procuradoria e STJ mandaram destruir. Foi a tomada da comunicação social pelos socialistas, já tentado no passado no caso Emaudio do Soares, e colocação de testas de ferro do calibre do Sócrates a mandar… A linha editorial destes órgãos de comunicação é digna de mentecaptos!
Não é por acaso que o JN e o DN, até há pouco os mais lidos do país por larga margem, não param de baixar as tiragens… passaram a ser só para socialistas, ou desatentos!
Tais no tacho à custa dele ?