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Entre o “contributo singular” de João Ferreira e a “onda liberal” de Mayan, Marisa Matias assume derrota

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Pedro Pina / RTP

Marisa Matias e João Ferreira aquando do debate de candidatos às Presidenciais 2021.

Marisa Matias foi uma das grandes derrotadas da noite de eleições presidenciais, ficando-se pelo quinto lugar, atrás de João Ferreira, o candidato do PCP. Já Tiago Mayan Gonçalves ficou no sexto lugar, à frente de Tino de Rans, mas ainda assim foi uma das vitórias da noite.

Eis as reacções dos quatro candidatos menos votados da eleição presidencial deste domingo que reelegeu Marcelo Rebelo de Sousa para o segundo mandato, com Ana Gomes em segundo e André Ventura em terceiro.

João Ferreira: “Exigência” da Constituição “decisiva” até 2026

O candidato do PCP obteve 4,32% dos votos, ficando à frente da candidatura do Bloco de Esquerda. João Ferreira levou, assim, a melhor na disputa da esquerda pelo quarto lugar.

Na hora de comentar os resultados eleitorais, João Ferreira frisou que “a Constituição contém soluções e caminhos para resolver os problemas do país e do nosso povo”, salientando que “a exigência do seu cumprimento será uma questão decisiva nos próximos cinco anos”.

Sobre a sua candidatura, João Ferreira sustentou que está “profundamente convencido” de que trouxe a estas eleições um “contributo singular” que vai perdurar para “lá dos dias de hoje”.

“Chegamos aqui ainda mais empenhados na defesa da democracia, das liberdades e dos direitos democráticos, ainda mais determinados para combater e derrotar projectos anti-democráticos e de confronto com a Constituição da República”, concluiu.

Marisa Matias: “Não são os resultados que esperávamos”

A candidata do Bloco de Esquerda foi uma das derrotadas da noite, como quinta mais votada, ficando-se pelos 3,94% depois de, nas presidenciais anteriores, ter somado 10% dos votos.

“Não são os resultados que esperávamos, que esperei”, assumiu na declaração da noite eleitoral. “O resultado não é o que mereciam as pessoas que me acompanharam, que me deram força e que estiveram comigo”, apontou ainda.

“Este resultado não é também uma falta de comparência, hoje como ontem, amanhã como hoje, cá estarei para todas as lutas“, prometeu também.

Marisa Matias manifestou ainda preocupação por a direita estar “em reconfiguração” e por haver “muitos eleitores de direita” que “votaram num candidato de extrema-direita”.

Tiago Mayan enaltece “crescimento da onda liberal”

O candidato da Iniciativa Liberal (IL) conseguiu 3,2% dos votos e considerou que “foi uma corrida bonita” e que “valeu a pena”.

“Os números desta noite sinalizam o crescimento da onda liberal“, destacou ainda Tiago Mayan Gonçalves que prometeu que estará “sempre presente” em futuras batalhas pelo IL.

“O que tenho feito é estar sempre disponível para o partido e para o que ele representa. Estarei sempre presente para essa luta, por um Portugal mais liberal, em qualquer contexto”, apontou.

“O extremismo, seja ele qual for ou de onde venha, não vencerá e não será também alternativa ao socialismo, que também temos de combater”, vincou ainda o candidato liberal.

Vitorino Silva: “Estou a meio caminho”

Vitorino de Silva foi o menos votado da noite eleitoral presidencial, com apenas 2,94% dos votos, mais ainda assim disse que está satisfeito com o resultado.

“Gosto de fazer caminhos e não muros”, frisou no seu tom habitual, considerando que quer dizer “aos portugueses do mundo” que está “a meio do caminho”.

Tino de Rans, como é conhecido, ficou atrás de Marcelo Rebelo de Sousa na votação em Rans, a localidade de Penafiel de onde é natural. Mas disse que “foi uma honra ter ficado em segundo lugar em Rans contra o actual Presidente da República”.

Quanto a este resultado, Tino salienta que “há cinco anos” concorreu contra o candidato Marcelo, mas que, desta vez, concorreu “contra o Presidente da República”, o que tornou “a luta desigual“. De qualquer modo, deixa o convite a Marcelo Rebelo de Sousa para que visite Rans.

Susana Valente, ZAP //

9 Comments

      • Também não vou por aí. O André Ventura é um charlatão oportunista que diz o que for preciso para ter votos. E para além disso, anda muito mal rodeado.
        O que é essencial é que o PSD volte a ganhar vida, volte a ter um líder forte. Com a quantidade de tiros nos pés do atual governo não se admite que o Rui Rio continue desaparecido em combate.
        Prevejo que o Passos Coelho volte brevemente à liderança do PSD. E nesse momento a Iniciativa Liberal esvazia por completo e parte do Chega também.

      • O Passos Coelho tinha (e tem) muitas virtudes. Além disse, julgo que tem a coragem para fazer algumas reformas que Portugal precisa, mesmo que sejam impopulares…
        A Iniciativa Liberal é um novo partido com ideais e ideias de grande valor. Se conseguirem manter-se nos trilhos, será um partido que muito fará falta a Portugal. Eu só espero que cresçam e que não se pervertam. Julgo também que cada vez mais portugueses começam a ouvir este partido e a reconhecer-lhe valor.

      • O problema da IL é que o PSD de Passos Coelho é suficientemente liberal para o esvaziar quase por completo. Quanto ao Chega já não será bem assim. Muito eleitorado do Chega não vem do PSD ou mesmo do CDS. Algum certamente resultará destes partidos mas a grande maioria virá da abstenção e alguns até de partidos de esquerda.
        Agora, com o atual presidente do PSD e sobretudo com o seu desaparecimento em períodos como este, em que o governo faz asneiras atrás de asneiras, o eleitorado descontente tem de rumar a outros discursos.

  1. Coitada da Marisa com o seu ar de sarcasmo sempre a tentar passar-se por santa imaculada e a atacar quem aponta os desvios morais e os fora da lei que proliferam na nossa sociedade, mas que ela e os extremistas da sua área tanto apadrinham, têm o resultado à vista e até os alentejanos souberam exprimir o seu desagrado! Aproveitem agora para dizer que esses votos são ilegais e racistas, espalhando ainda mais o ódio das suas ideias reacionárias!

  2. Os parasitas andam muito preocupados com o Ventura? isto é apenas o começo de o desastre que espera a esquerda deste país.Chega de mamar e incompetência.

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