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Marques Mendes diz que o Estado português mentiu à União Europeia (e aponta o dedo à ministra da Justiça)

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No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes falou este domingo sobre o caso do procurador europeu, as eleições presidenciais e autárquicas e a campanha de vacinação em Portugal.

Em relação ao caso do procurador europeu, Luís Marques Mendes considera que o arranque da presidência portuguesa da União Europeia ficou manchada e “não começa bem”. “A palavra mentira é dura e desagradável. Mas não há outra forma de o dizer. O Estado português mentiu à UE. Uma vergonha”, criticou.

Em causa está a revelação da carta que o Governo português enviou para o Conselho Europeu em novembro do ano passado que mostra que o Executivo deu informações falsas para justificar a escolha do procurador europeu José Guerra em vez de Ana Carla Almeida.

O ex-líder do PSD apontou o dedo à ministra da Justiça Francisca Van Dunem.

“A ministra da Justiça esteve mal. Para quem, como eu, a tem em boa conta, foi uma desilusão. Primeiro, em vez de punir a mentira, está a desculpá-la. Depois, num Ministério que deve ser da legalidade está a pactuar com a falsidade. Finalmente, para quem é magistrada está a dar um mau exemplo e a minar a imagem dos magistrados. Assim, pergunto: perante estes “lapsos”, a Ministra já demitiu o responsável? Já instaurou algum processo disciplinar? E o Ministério Público já abriu inquérito para investigar a falsificação de um documento oficial?”, questionou.

O comentador desafiou os partidos a “criar um inquérito parlamentar para apurar toda a verdade e toda a responsabilidade. Tentar esburacar um bocadinho mais, às tantas, ainda a procissão vai no adro”.

A adversária de Marcelo é a “abstenção”

Em relação às eleições presidenciais, marcadas para 24 de janeiro, Marques Mendes disse que Marcelo Rebelo de Sousa será reeleito, mas que pode ser prejudicado pela abstenção.

“Marcelo Rebelo de Sousa vai ser reeleito e reeleito à primeira volta”, disse o comentador político, acrecentanto que a dúvida é se obterá mais ou menos de 60% dos votos, o que vai ser determinado pelo grande adversário: a abstenção. “Quanto maior, mais pode ser penalizado”.

A outra questão é quem ficará em segundo lugar. “Eu aposto em Ana Gomes”, admitiu.

Em relação às eleições autárquicas, Marques Mendes sugeriu dois candidatos pelo PSD: o antigo comissário europeu Carlos Moedas por Lisboa e o eurodeputado Paulo Rangel pelo Porto.

“Não faço ideia se querem ser ou se vão ser”, disse o comentador, acrescentando que o PSD tem de apostar em “candidatos fortes”, classificando, por exemplo, Moedas como uma figura “competente, prestigiada e credível”. “O PSD tem todas as condições para recuperar, sobretudo se apostar em candidatos fortes. Nas autárquicas, contam mais as pessoas do que os partidos”.

Por outro lado, o ex-líder do PSD afirmou que o PS vai ganhar as eleições autárquicas. “O PS vai voltar a ganhar as eleições autárquicas. Tem uma grande folga”, assumiu.

Sobre a possibilidade de haver uma crise política, Marques Mendes disse achar “possível mas não me parece provável”. “O PCP pode muito bem voltar a viabilizar o Orçamento. Se falhar as autárquicas, porque tem medo de ser penalizado se houver eleições antecipadas. Se lhe correrem bem as autárquicas, porque fica com maior margem de manobra. E do lado da oposição ainda não se vê alternativa”, atirou.

Em relação à primeira fase de vacinação contra a covid-19, Marques Mendes reconheceu  que está a correr bem, mas deixou críticas ao “exagero” na presença de ministros.

“Ministra e secretário de Estado exageraram nas presenças em hospitais e televisões. Uma vez, duas vezes, percebe-se. Mais do que isso é overdose, ridículo e provinciano”, criticou.

Maria Campos, ZAP //

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