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Marcelo “perplexo”. Costa não abriu o jogo sobre futuro de Centeno

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Rodrigo Antunes / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, não abriu o jogo com o Presidente da República sobre o futuro do ministro das Finanças, Mário Centeno, nem explicou a polémica em torno da injeção de 850 milhões de euros no Novo Banco.

Primeiro-ministro e Presidente da República almoçaram esta quinta-feira, em Belém.

Marcelo Rebelo de Sousa, conta o semanário Expresso, queria neste almoço privado ouvir sobre o futuro de Mário Centeno que, após a polémica em torno do Novo Banco, se preparou para apresentar demissão em São Bento, mas acabou por ficar no Governo, vendo reafirmada a confiança “política” e “pessoal” de António Costa.

O mesmo semanário revela nesta sexta-feira que Marcelo Rebelo de Sousa saiu deste almoço como entrou – com pouca ou nenhuma informação.

António Costa não esclareceu o Presidente da República sobre se Mário Centeno fica no Governo a prazo, até meados do verão, dando-lhe tempo para elaborar o Orçamento Suplementar e terminar o seu mandato na presidência do Eurogrupo, que tem de ser liderada por um ministro das Finanças da Zona Euro.

Esta situação terá deixado Marcelo Rebelo de Sousa perplexo.

O primeiro-ministro terá fugido várias vezes a entrar em pormenores sobre “questões internas do Governo” e esta atitude pode ser motivada por duas situações, frisa o Expresso: ou António Costa não quis abrir o jogo com o Presidente ou então o primeiro-ministro não abriu ainda ele próprio o jogo com o ministro das Finanças sobre o futuro.

Sobre a injeção de capital no Novo Banco, que motivou críticas de quase todos os partidos e até levou o líder do PSD, Rui Rio, a pedir a demissão de Mário Centeno, António Costa também não esclareceu Marcelo Rebelo de Sousa sobre a “falha de comunicação” entre o ministério das Finanças e o primeiro-ministro.

Apesar da falta de esclarecimentos, Marcelo Rebelo de Sousa ficou aliviado por António Costa ter segurado Mário Centeno nesta altura de pandemia e de reuniões importantes em Bruxelas. “Há um Conselho Europeu importantíssimo sobre os apoios aos países atingidos pela pandemia, há várias reuniões do Eurogrupo, e seria um absurdo o ministro das Finanças sair agora”, confirmam fontes da Presidência.

Do almoço privado, Marcelo Rebelo de Sousa trouxe uma certeza: a relação entre Mário Centeno e António Costa é feita de algumas reservas e o Presidente acredita ainda que os contornos do futuro do ministro ainda não foram claramente definidos entre ambos.

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9 Comments

  1. até apetece rir em relação a este assunto…
    Alguém no seu juízo perfeito acredita que se iria fazer uma transferência daquele montante sem o PM ter conhecimento??? só um louco…
    Mas querem-nos fazer crer que sim…
    Com isto tentam juntar o útil ao agradável. Faz-se a transferência e o Costa alega desconhecimento para não ser “culpado”. O Centeno que quer sair mas não consegue justificar a sua saída passou a ter um bilhete para sair e assumir o cargo que anseia – banco de portugal.
    O Marcelo faz o papel se vem fazendo e assim está a pedir responsabilidades quando até ele certamente sabia de todo o jogo e sai disto como o bom samaritano que pede justificações a tudo e a todos.

    O Novo Banco recebeu aquilo que já sabia e que à muito estava definido em orçamento de estado e como prémio até vai pagar prémios aos seus administradores e muitos dos partidos políticos que votaram a favor do orçamento ou se abstiverem estão agora a tentar juntar pontos pedindo responsabilidades sobre aquilo que eles próprios votaram a favor ou simplesmente não quiseram saber abstendo-se…

    É este o N/ portugal cada vez mais habitual. Os políticos fazem as suas politicisses, os grandes continuam a ser “mantidos” pelo estado e o zé povinho paga tudo isto.
    Ainda que o fundo criado pelos banco seja quem esteja a dar o dinheiro esse dinheiro resulta daquilo que os bancos nos cobram em taxas e taxinhas logo quem paga é no final o zé povinho…

    • Há quem goste fazer intrigas, talvez veja demasiadas novelas, ou o ” quem quer casar com o agricultor”… não sei… A movimentação do dinheiro está explicada, e já estava ordenada por reunião do Conselho de Ministros… porque havia um prazo a cumprir.
      Um primeiro ministro, um gerente de uma multinacional…. não tem de saber e lembrar-se de tudo… ele delega poderes nos seus ministros ou diretores para que o trabalho possa ser feito… muitas vezes também pode receber louros de coisas que são feitas e nem tem conhecimento que foram feitas. aqui levou na cabeça, porque não se lembrou que.. e porque o Ministro não lembrou que… ainda por cima numa situação documentada através do OE 2020, e pelo acordo de compra do ex-Bes… histórias da carochinha…

  2. Marcelo larga a bombano meio da sala e agora quer fazer de conta que os estilhaços não o atingiram. É típico dele. Está na hora de ir dar um mergulho no Tejo…

  3. Antonio, tudo o que o Armindo diz é verdade, sendo do mais básico em politica, e é exatamente o que está a acontecer. Estar a atacar chamando intrigas e novelas é sinal apenas que não tens grandes capacidades, porque até um burro percebe facilmente esta intriga básica. Enfim, mais valia estares calado sinceramente.

  4. Já estamos habituados a estas encenações de encobrimento. Ninguém quer assumir as suas responsabilidades na venda em 2017 do Novo Banco e nas péssimas condições que o fizeram, apesar de garantirem na altura que não teria custos para os portugueses. E não venham distrair os portugueses com o ataque à decisão de 2014, em que se procurou preservar alguma parte do BES e evitar a sua falência total, que teria consequências desastrosas na confiança do sector bancário em Portugal. É de perguntar ao PS qual seria a sua decisão, se confrontado em 2014 com tal problema e que tenha a coragem de o dizer na praça pública. Aguardemos pelos próximos capítulos e Marcelo esteja mais atento ao que Costa vai fazer, pois este não olha a meios para atingir os seus fins. Usa e descarta.

    • Andas distraído…
      Quem garantiu que os portugueses “nem um cêntimo iriam pagar” do BES foi o Passos aquando do seu espectacular resgate!!
      “Passos sobre BES: «Não é dinheiro dos contribuintes»”
      Primeiro-ministro argumenta que eventuais perdas com a venda do Novo Banco terão apenas «consequências indiretas» para os portugueses, por via da CGD. Em agosto, tinha dito que «nem um cêntimo» iriam pagar
      tvi24.iol.pt/economia/passos-coelho/passos-sobre-bes-nao-e-dinheiro-dos-contribuintes
      10-10-2014
      .
      Aquando da venda do Novo Banco, o Costa disse:
      “não terá impacto direto ou indireto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes”.
      http://www.dn.pt/portugal/antonio-costa-esta-assegurada-a-continuidade-do-banco-5762962.html
      31-03-2017
      Ele não disse que não teria custos; disse que não teria NOVOS custos – além dos já assumidos pelo Estado (os tais que o Passos dizia que não iriam existir)!…

      • Distraído anda o EU, pois na sua resposta até refere que Costa disse … “nem novos encargos para os contribuintes”, quando é certo que estes 850 milhões, que agora entraram no NB, são provenientes exclusivamente das condições de venda do Banco realizada em 2017 pelo mesmo Costa. Se se sentiu tocado com o meu comentário, diga lá qual a decisão que tomaria em 2014, quando, perante o incumprimento dos rácios mínimos de solvabilidade e da suspensão do acesso do BES a operações de política monetária e, portanto, à liquidez do Eurosistema, com forte pressão da UE, bem como dos elevados prejuízos registados nos primeiros meses de 2014, a acumular aos que já vinham detrás.
        Só tinha 2 saídas: 1) empurrá-lo para a falência, com os nefastos efeitos sistémicos no sistema bancário; 2) ou tentar a resolução. Entre os 2 males, foi escolhido o que pareceu melhor.
        Mas diga, qual a decisão que tomaria, se tem outra, para corrigirmos a nossa eventual desatenção.
        Não me diga que também acredita que os portugueses não vão pagar, pois se trata de um empréstimo ao fundo de resolução…

  5. O comentador-mór não consegue ficar calado nem respeitar os limites da sua função, e depois expõe-se ao ridículo de telefonar ao Centeno a pedir desculpa, ou pelo menos a justificar-se.
    O “verdadeiro artista” é aquele que cria os “factos políticos” e depois é ultrapassado pela suas próprias palavras.

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