Cortes em cabos no mar Vermelho interrompem Internet na Ásia e Médio Oriente

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Ivan Siarbolin / Wikimedia

O corte afetou telecomunicações nos Emirados Árabes Unidos, Índia e Paquistão

Entre os países afetados por falhas de comunicações e no tráfego de Internet estão os Emirados Árabes Unidos, a Índia e o Paquistão. O incidente levantou preocupações sobre o potencial envolvimento dos Houthis nos esforços do grupo rebelde para pressionar Israel a terminar a guerra de Gaza.

Cortes em cabos submarinos no mar Vermelho interromperam este domingo o acesso à Internet em partes da Ásia e do Médio Oriente, disseram especialistas, embora não haja ainda indicações sobre o que causou o incidente.

A Microsoft anunciou que o Médio Oriente “pode apresentar um aumento de latência devido aos cortes de fibra submarina no Mar Vermelho”.

A tecnológica norte-americana não revelou mais detalhes, embora tenha afirmado que o tráfego de Internet que não passa pelo Médio Oriente “não está a ser afetado”.

A NetBlocks, que analisa o acesso à Internet, confirmou que “uma série de interrupções nos cabos submarinos no mar Vermelho degradou a conectividade à internet em vários países”, incluindo a Índia e o Paquistão.

Em comunicado citado pelo South China Morning Posto, a gigante das telecomunicações paquistanesa confirmou que os cortes tinham ocorrido.

A empresa atribui o corte a “falhas que afetaram os sistemas de cabos SMW4 e IMEWE perto de Jidá, na Arábia Saudita”.

O cabo 4 Sudeste Asiático-Médio Oriente-Europa Ocidental (SMW4) é operado pela Tata Communications, que faz parte de um conglomerado indiano, enquanto o cabo Índia-Médio Oriente-Europa Ocidental (IMEWE) é operado por outro consórcio liderado pela multinacional francesa Alcatel-Lucent.

Nos Emirados Árabes Unidos, incluindo Dubai e Abi Dhabi, os utilizadores de Internet das redes estatais Du e Etisalat queixaram-se de velocidades de acesso mais lentas. O governo não reconheceu imediatamente a interrupção.

O corte de linhas acontece numa altura em que os rebeldes Huthis do Iémen têm trocado uma série de ataques contra Israel, em consequência da ofensiva israelita contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

Israel respondeu com ataques aéreos, incluindo um que matou os principais líderes do movimento rebelde.

No início de 2024, o governo internacionalmente reconhecido no exílio do Iémen alegou que os Huthis planeavam atacar cabos submarinos no Mar Vermelho. Vários foram cortados, mas os rebeldes negaram a responsabilidade.

Este manhã, o canal de notícias por satélite al-Masirah, detido pelos Huthis, reconheceu que os cortes tinham ocorrido, mas não fez qualquer comentário sobre a razão do incidente.

Entre novembro de 2023 e dezembro de 2024, os rebeldes visaram mais de 100 navios com mísseis e drones, causando o naufrágio de quatro embarcações e a morte de pelo menos oito marinheiros.

Os Huthis, apoiados pelo Irão, interromperam os ataques durante um breve cessar-fogo. Mais tarde, tornaram-se alvo de uma campanha de ataques aéreos dos EUA, durante semanas, antes de estes declararem um cessar-fogo unilateral.

Os Huthis afundaram dois navios em julho, matando pelo menos quatro pessoas a bordo, e acredita-se que outras embarcações estejam na posse dos rebeldes. Os novos ataques dos rebeldes aconteceram com um possível cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas ainda em aberto.

Também as negociações sobre o programa nuclear do Irão estão em causa, depois de Israel ter atacado a República Islâmica, uma ofensiva na qual os EUA bombardearam instalações atómicas iranianas.

ZAP // Lusa

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