Ataque israelita a um aeroporto no Iémen onde estava o diretor da Organização Mundial de Saúde despoletou uma tensão acrescida entre Israel e o grupo rebelde iemenita. Guterres denuncia situação “alarmante”.
O exército israelita anunciou hoje ter intercetado esta madrugada um míssil proveniente do Iémen, um dia depois dos ataques lançados por Israel contra diferentes infraestruturas iemenitas sob controlo dos rebeldes Huthis.
As sirenes antiaéreas soaram em vários pontos do centro de Israel “devido à possível queda de destroços da interceção”, indicou o comunicado, que não apresenta pormenores sobre o ponto específico onde o míssil foi abatido.
O serviço de emergência israelita Magen David Adom indicou que, embora não tenha havido vítimas ou feridos em consequência direta do abate do míssil, 18 pessoas ficaram feridas quando tentavam chegar a abrigos antiaéreos.
O lançamento do míssil afetou também temporariamente as operações no mais importante aeroporto de Israel, Ben Gurion, situado a 45 quilómetros de Jerusálem.
De acordo com a imprensa oficial, quatro voos provenientes da Europa tiveram de adiar brevemente a aterragem.
Pelo menos seis pessoas morreram e 40 ficaram feridas na sequência de ataques israelitas contra diferentes infraestruturas no Iémen, sob controlo dos rebeldes Huthis, na quinta-feira.
O ataque lançado pela aviação israelita atingiu infraestruturas utilizadas pelos Huthis no aeroporto de Sana, nas centrais elétricas de Hezyaz e Ras Kanatib e outras posições nos portos de Hodeida, Salif e Ras Kanatib, na costa oeste, de acordo com uma declaração militar israelita.
De acordo com o The Guardian, o chefe da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que estava a poucos metros do ataque ao aeroporto.
O porta-voz do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou em comunicado: “O Secretário-Geral condena a escalada entre o Iémen e Israel. Os ataques aéreos israelitas de hoje contra o aeroporto internacional de Sana’a, os portos do Mar Vermelho e as centrais elétricas no Iémen são especialmente alarmantes“.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanayahu, prometeu hoje que Israel atacará os Huthis no Iémen “até que a missão” de os neutralizar “esteja concluída”, descrevendo-os como “braço terrorista do Irão”, após o bombardeamento de alvos militares no país.
O Irão condenou os ataques israelitas contra os rebeldes no Iémen, aliados de Teerão, qualificando-os de “crime”.
Segundo Telavive, os alvos estavam a ser utilizados pelos Huthis para contrabandear armas iranianas para a região e como porta de entrada para altos funcionários do regime iraniano.
Desde novembro de 2023, um mês após o início da guerra em Gaza, os Huthis, aliados do Irão, têm atacado navios, principalmente no Mar Vermelho, e alvos em Israel, aproveitando a posição estratégica do Iémen.
Estas ações têm continuado apesar de as suas posições terem sido bombardeadas em várias ocasiões pelos Estados Unidos, Israel e Reino Unido.
Os rebeldes Huthis do Iémen reivindicaram na quarta-feira três novos ataques às cidades israelitas de Telavive e Ashkelon com um míssil balístico hipersónico e dois ‘drones’, apesar das advertências israelitas de responder “com força” a estas ações.
ZAP // Lusa
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