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Médicos russos infetados serão indemnizados. Mas só depois de averiguada a sua “percentagem de culpa”

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Alejandro Garcia / EPA

As autoridades de São Petersburgo, na Rússia, comprometeram-se a pagar uma indemnização aos médicos infetados com o coronavírus, mas somente após verificarem o nível de responsabilidade na infeção.

De acordo com o Moscow Times, as autoridades comprometeram-se a um pagamento de riscos que varia de 300 mil rublos (cerca de 3.650 euros) e um milhão de rublos (aproximadamente 11.620 euros), dependendo da gravidade da infeção, aos médicos que lutam contra a Covid-19.

Contudo, segundo informou um decreto do departamento de Saúde de São Petersburgo, datado de 27 de abril, esses valores só serão pagos depois que uma comissão fizer uma investigação de cinco dias para determinar o grau de responsabilidade dos médicos no contágio por Covid-19.

A comissão é obrigada a determinar “a culpa do trabalhador médico (percentagem) e a sua justificação” antes de decidir este deve receber a remuneração. Os fatores que influenciam o percentual de culpa incluem violações dos medidas sanitárias, condições insalubres de trabalho, falta de ventilação adequada ou de equipamento de proteção.

Ao contrário de Moscovo, onde as mortes por Covid-19 são registadas independentemente das doenças associadas, as estatísticas oficiais de São Petersburgo apenas contam a Covid-19 como causa de morte se o paciente não tiver outras doenças, informou na sexta-feira o site de notícias Fontanka.ru.

“O mesmo método será aplicado aos médicos”, indicou um representante da administração de São Petersburgo, que falou em anonimato, referindo-se ao programa de compensação.

Cerca de 250 médicos, paramédicos e enfermeiros de São Petersburgo contraíram a Covid-19 – metade dos quais são em contexto de trabalho – e oito morreram. Um registo não oficial criado por colegas lista aponta para 11 médicos mortos após contrair a doença.

São Petersburgo já registou 5.346 casos de coronavírus desde o início do surto.

ZAP //

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1 Comment

  1. A responsabilidade deles, a primeira serem profissionais de saúde e terem que cumprir o seu dever profissional, a segunda, provavelmente as enormes faltas de meios e qualidade dos serviços com que se debatem e que certamente a culpa não será deles. Leis de um país totalitário!

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