Os dois ex-Presidentes da República não vão comparecer na sessão solene que assinala o 46.º aniversário do 25 de Abril, na Assembleia da República.
Fonte do gabinete de Jorge Sampaio disse à agência Lusa que o ex-Presidente, de 80 anos, não se vai deslocar ao Parlamento, no próximo sábado, “por razões de saúde, de idade e da pandemia” de covid-19 porque “integra um grupo de risco”.
O antigo chefe de Estado “já recebeu o convite e também já respondeu” que não iria estar presente, mas “verá a cerimónia pela televisão”, disse a mesma fonte.
Entretanto, esta terça-feira, fonte do gabinete de Aníbal Cavaco Silva também adiantou que o ex-chefe de Estado não vai estar presente nas comemorações na Assembleia da República.
“O professor Cavaco Silva não estará presente na sessão solene comemorativa do 25 de Abril”, informou a mesma fonte, não especificando qual a razão.
Entre os ex-Presidentes da República, Ramalho Eanes anunciou que irá marcar presença por uma questão de “responsabilidade institucional”, apesar de discordar do modelo adotado para a cerimónia.
Devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, a Assembleia da República decidiu, na quarta-feira, realizar a sessão solene do 25 de Abril com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete de Ferro Rodrigues a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.
A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP — que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país — e o Chega foram contra.
Nos últimos dias tem-se intensificado a polémica à volta do tema, com duas petições online em sentido contrário: uma que pede o cancelamento da sessão solene no Parlamento, enquanto outra que defende a celebração pela Assembleia da República, encabeçada por históricas figuras de esquerda como Manuel Alegre, do PS, Fernando Rosas, do BE, e Domingos Abrantes, do PCP.
No sábado, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou que não iria à sessão solene por a considerar “um péssimo exemplo para os portugueses”, e o deputado único do Chega, André Ventura, escreveu ao presidente do Parlamento, pedindo a Ferro Rodrigues que cancele a sessão, dizendo que esta “está a gerar um enorme sentimento de revolta e indignação no povo português”.
Esta segunda-feira, houve uma “reunião de trabalho” sobre a sessão solene entre os serviços da Assembleia da República e representantes da Direção-Geral de Saúde (DGS).
Segundo o semanário Expresso, os grupos parlamentares decidiram reduzir o número de deputados que vão convocar e deverão estar no hemiciclo 65 deputados, e não 77 como tinha ficado estipulado em conferência de líderes.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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