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Escutas da “Tutti Frutti” apanham esquema de viagens e “deputados-fantasma”

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Sergio Azevedo / Facebook

O deputado do PSD Sérgio Azevedo

As centenas de escutas telefónicas ao deputado social-democrata Sérgio Azevedo, realizadas no âmbito da operação “Tutti Frutti”, revelam que deputados do PSD e do PS recorriam com regularidade a “esquemas” para cobrar viagens não realizadas e registar falsas presenças no Parlamento.

Segundo revela semanário Sol na sua edição deste sábado, as investigações da operação “Tutti Frutti” reuniu escutas de conversas do deputado Sérgio Azevedo com outros deputados, nas quais se torna evidente a existência de “esquemas” de falsas presenças e de falsas moradas de residência no Parlamento.

A Operação “Tutti Frutti”, recorda o jornal, apura alegados favorecimentos a militantes partidários através de avenças e ajustes directos, e no âmbito das investigações em curso foram recolhidas cerca de 550 escutas do deputado social-democrata.

Nestas escutas fica claro, diz o Sol, que parlamentares do PSD e do PS recorrem com frequência a “esquemas” de falsas presenças e recebem pagamentos indevidos, incluindo ajudas de custo para deslocações com falsas moradas de residência.

A notícia surge após a polémica das últimas semanas com o caso de José Silvano, que terá cedido a sua password de acesso ao sistema informático do parlamento à sua colega de bancada Emília Cerqueira, que assumiu publicamente ter registado “inadvertidamente” a  presença de Silvano no hemiciclo.

Questionado sobre o uso da sua password para registar presenças em plenário em dias em que esteve ausente, José Silvano afirmou “não ter mais nada a explicar” e disse estar “de consciência tranquila. Em comunicado, o deputado social-democrata tinha realçado que há “uma prática parlamentar que permite conciliar a atividade política intensa dos dirigentes nacionais dos partidos políticos”.

Após o MP público ter aberto inquérito ao caso, seguiu-se a revelação de diversos outros casos de presenças-fantasma no Parlamento, entre os quais os de José Matos Rosa, Duarte Marques e Manuela Tender, todos do PSD, que terão registado a sua presença no plenário da Assembleia da República em ocasiões em que estariam ausentes.

A estes casos juntou-se entretanto o do “voto-fantasma” de Barreiras Duarte na sessão de votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2019.

No fim do mês passado, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues , convocou os partidos para debater os casos de passwords e de reembolsos indevidos das viagens dos deputados.

A reunião dos presidentes das várias bancadas partidárias destinou-se a “avaliar diversas questões de funcionamento e organização internos” do parlamento, nomeadamente o “registo de presenças em sessões plenárias” e “as deslocações dos deputados”.

Em abril, o jornal Expresso revelou que pelo menos sete deputados do PS, PSD e Bloco de Esquerda estão a receber uma compensação do Parlamento por deslocações semanais, acumulando-a com o reembolso parcial do custo da viagem a que têm direito enquanto residentes nas ilhas.

Dos 12 deputados das ilhas, pelo menos 7 estão a pedir de de volta ao Estado o reembolso de dinheiro que não gastaram, recorrendo ao subsídio de insularidade para residentes nas ilhas.

ZAP //

12 Comments

  1. uma “casa” em que devia dar o exemplo afinal sao todos uns trafulhas.
    a pena atribuida devia ser a devoluçao do dinheiro roubado aos contibuintes, cadeia e perda de mandato e nunca mais puderem ser deputados e exercer cargos publicos
    se a principal pessoa que devia pôr cobro a estas trafulhices nao o faz e ainda fica do lado deles quando diz que confia nas palavras dos deputados sobres estas maroscas
    é assim a democracia. uns roubam e outros fecham os olhos

    • Esta é a mesma corja da 1ª. república. O regabofe é o mesmo. Logo quando se deu a abrilada, aqueles mais idosos leram-me logo a sentença e disseram-me que não acreditavam nada do bando que aí vinha. De 1910 a 1926, mais de 40 desgovernos e uns 8 ou 9 presidentes de república. Em 1926 o país estava no descalabro. O povo estava tão farto deles que na revolução de 28 de Maio o Gomes da Costa e outros generais tomaram tudo com a mão do gato. Quem devia dar o exemplo são mesmo os maiores trafulhas. Há alguma vontade de votar nestas corjas?

  2. Pois, já que os deputados são aquilo que sabemos, talvez o sr. presidente pudesse dizer e fazer alguma coisa.
    O presidente diz muitas vezes que o “povo” é o melhor deste país (ainda estou para perceber quem é povo e quem não é… e quem não é povo, afinal o que é…), mas o povo, mas do que palmadinhas nas costas e mão no ombro, precisa é que alguém faça o seu trabalho e ponha ordem na casa. Será pedir muito?

  3. Afinal os humanos tem bons motivos para festejar, mais do mesmo, a corrupção é apenas um tema para confundir os comuns contribuintes, e pagarem nas datas que forem indicadas…Isto é a lei que proíbe também é a mesma que permite. Enfim será inútil procurar a verdade pois a humanidade do ocidente morreu! A guerra partidária incluída na sociedade não será suficiente para evitar uma maior catástrofe humana! Enquanto a economia estiver assente na escravidão dos cidades a corrupção significa a vitoria daqueles que detém o poder pelo poder, a pobreza sera sempre alimentada pelo eleitores livres de cada pais. Politica é um vírus social capaz de converter religiões em causas e causas em ideologias. Basta reflectir que as minorias continuam a liderar o planeta, enquanto as maiorias continuam a aumentar nas mesma medida em que a pobreza é hoje uma condição de todas as causas ideológicas. Enquanto houver fome, a verdade e a mentira confundidas pelas esmolas dos regimes.

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