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Presença fantasma de José Silvano relança polémica sobre faltas dos deputados

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Mário Cruz / Lusa

José Silvano teve uma presença – apenas teórica – no Parlamento, no dia 18 de outubro. Esta situação relançou a discussão sobre a possibilidade de os deputados justificarem as suas faltas com trabalho político.

Segundo a edição do fim de semana do semanário Expresso, o secretário-geral do PSD, José Silvano, andou com Rui Rio no distrito de Vila Real, no dia 18 de outubro, mas, segundo o seu registo de presenças da Assembleia da República, esteve também presente na sessão parlamentar dessa tarde, em Lisboa – ou seja, tudo não passou de uma presença apenas teórica.

O deputado poderia ter justificado a sua falta com trabalho político (algo usual), mas não aconteceu: existe o registo de presença de José Silvano no Parlamento.

No entanto, avança o Público, a possibilidade de justificar as faltas com trabalho político tem suscitado discussão. O tema já esteve, inclusivamente, em discussão na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e concluiu-se, por exemplo, que os deputados-autarcas continuariam a poder justificar as faltas com trabalho político e partidário nas câmaras e assembleias municipais.

Na altura, o parecer da subcomissão de Ética foi aprovado, mas o PS não deixou de mostrar reservas. Jorge Lacão mostrou ter dúvidas quanto à possibilidade de um deputado justificar uma falta num órgão para que foi eleito com o trabalho noutro órgão, que tem “um mandato diferente”. “São mandatos distintos“, disse à Lusa.

No final de cada sessão legislativa, fazem-se as contas às presenças dos deputados e, apesar de haver quem conteste que os dados representem de forma fiel o trabalho dos deputados, segundo a contagem realizada pelo Jornal de Notícias, em julho, apenas 13,9% dos 230 deputados da Assembleia marcaram presença em todos os plenários que se realizaram na terceira sessão legislativa.

Desta forma, os números revelam que o PSD foi o partido com mais faltas – representavam 42,4% das cerca de 1500 faltas cometidas até ao último debate parlamentar, a 18 de Julho. Em segundo lugar da lista dos mais faltosos encontrava-se o PS, com um registo de 37,8% de ausências.

ZAP //

10 Comments

  1. Da Weasel: Todagente grita “Todos diferentes todos iguais”, mas se calhar há uns quantos bacanos a mais….
    E não é que estão todos na Assembleia da República (das Bananas)?!?!
    Até quando vão continuar a usar e abusar da posição que ocupam? Continuar a fazer leis para a sua “cambada”? Desviar fundos? Mentir com quantos dentes têm? Aldrabar nas despesas de representação e ajudas de custo? Usar carros oficiais para assuntos pessoais? Criar fundações para roubar ainda mais? Mentir descaradamente ao eleitorado e depois dizerem que não têm dinheiro senão para eles próprios? Falsificar todo o tipo de documentos e presenças?
    Nas Filipinas a coisa está a funcionar melhor… Por que será?

  2. Grande artista!!
    E está tão fora da realidade que ainda diz que fazia questão de “picar o ponto” (para receber o subsídio, claro!), e depois se ia embora!…
    Pior foi ver o Rui Rio a desvalorizar esta situação…
    É urgente fazer ums limpeza e alterar as leis de maneira a penalizar fortemente estes parasitas que ainda acham que esta conduta é normal.

  3. Faz o que eu digo, não faças o que eu faço, típico político tuga.
    Epá, ou bem que são SÓ deputados (em exclusividade e sem acumulações de funções ou cargos) ou então não passam de deputedos!!!
    Isto da “ética” republicana tem muito que se lhe diga…

  4. O que faz lá o Presidente da assembleia da república? será que foi ele a denunciar este caso?
    Estes são os políticos que temos uns dormem no parlamento, outras limpam as unhas, outros estão no face book e neste caso está e não está e ninguém lhe marca falta, antes pelo contrário marcam-lhe presente e o Presidente da assembleia da republica impávido e sereno está a ver tudo isto e o que foi que já vei a publico dizer?.
    O engraçado é alguém ficar admirado com situações destas.
    Numa empresa privada o Presidente e os deputados estavam todos no olho da RUA e era onde esta malta deveria estar.
    A democracia e os sacrifícios efectuados para lá chegar, mereciam muito mais do que estes verdadeiros palhaços que estão a acabar com a democracia.
    Veremos nas próximas eleições se aparecer um partido radical, como apareceu nos EUA e no Brasil o que vai acontecer.

  5. Pois é, nós que trabalhamos uma vida, se se não justificar essa mesma falta, das duas uma, ou justificação médica,atestado médico ou o dia a descontar nas férias, se nenhum destas casos for apresentado, pode ser aplicado despedimento.
    Afinal em que ficamos Sr`s deputados, os senhores desrespeitam a tal casa da democracia? e nós pagamos para assistir a tudo isto e ainda por cima com o dinheiro dos nossos impostos.
    Finalmente, são por estas e outras com a falta de respeito, que não voto nesta gentalha miserável, deste ou noutros sem excepção.

  6. O pior é fazerem isso sem acharem que é errado. Como estão habituados a serem eles quem decide como se gasta o NOSSO DINHEIRO… para essa gente, ser político é assim, não precisa de se ser sério.
    E é o mesmo para as viagens fantasma. Não sei se haverá algum com o rabo limpo.
    Admiram-se da abstenção ser grande? Pois é, porque cada vez se confia menos na classe política.

  7. E assim ficámos a saber o nome de DEUS é “JOSÉ SILVANO” a entidade que está em vários lados lado ao mesmo tempo, se a irmã Lúcia cá estivesse tinha sido revelado mais este segredo

  8. Quando o registo de presenças era controlado pela mesa da assembleia os deputados, teriam sempre de se deslocar ao parlamento para assinar nem que apenas permanecessem lá 5 minutos. (lembram-se certamente de Paulo Portas). Agora basta apenas iniciar sessão no computador para marcar presença.
    Se quiserem controlar de verdade as presenças façam-no com os Cartão de cidadão, à entrada e à saída.

  9. São os políticos que temos. Uns “abotoam-se” com os restos de campanha, outros estão fora como se estivessem dentro, outros dormem, outros ainda pintam as unas, e é sempre o povo a pagar. Já nem falo das subvenções e reformas por “dá cá aquela palha”. Eu tenho vergonha, essa gente é que não, por isso eu sou um “contribuinte pobre sem idade para trabalhar nem direito a reforma”. Foi o país que deixámos criar…

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