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Director da PJ Militar e comandante da GNR de Loulé detidos no caso do roubo de Tancos

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Paulo Novais / Lusa

Entrada dos Paióis Nacionais do Polígono Militar de Tancos

A Polícia Judiciária deteve, nesta terça-feira, o director da Polícia Judiciária Militar, coronel Luís Augusto Vieira, e o comandante da GNR de Loulé, sargento Lima Santos, numa investigação relacionada com o furto de armas de guerra em Tancos.

A TSF adianta que, até ao momento, já foram detidas cinco pessoas no âmbito deste processo que levou também a buscas em vários locais nas zonas da Grande Lisboa, Algarve, Porto e Santarém.

A estação acrescenta que “há oito mandatos de detenção para levar a cabo ainda esta terça-feira”.

Segundo um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR), neste inquérito “investigam-se as circunstâncias em que ocorreu o aparecimento, em 18 de Outubro de 2017, na região da Chamusca, de material de guerra furtado em Tancos“.

Em causa, adianta o comunicado, estão “factos susceptíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, receptação, detenção de arma proibida e tráfico de armas“.

Entretanto, fonte da GNR disse à agência Lusa que estão a decorrer buscas no Núcleo de Investigação Criminal da Guarda em Loulé, em busca de provas sobre o comportamento de três militares desta força policial.

Na Operação Húbris, participaram cinco magistrados do Ministério Público e cerca de uma centena de investigadores e peritos da Polícia Judiciária.

Segundo a PGR, o inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), sendo o Ministério Público coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT).

Os detidos serão presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

O furto de material militar dos paióis de Tancos – instalação entretanto desactivada – foi revelado no final de Junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas anti-tanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

Em 18 de Outubro, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos, à excepção das munições de 9 milímetros.

Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do material que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. Caça às bruxas… para lavar a barra suja do ministro da defesa, que é politicamente responsável pelo que se passou.
    Os dois bodes expiatórios agora detidos, dificilmente terão alguma responsabilidade na habitual bagunça em que vivem as instalações militares do país.
    Mais importante do que andar a descobrir culpados (que serão muitos mais a começar nos anteriores e actual ministro e nos generais) era necessário apresentar ao país as medidas concretas para esta pouca vergonha não voltar a acontecer.
    Não foi a primeira. Quem não se lembra do roubo das pistolas Glock até hoje sem resposta ??

    • Só palermices!…
      Pois, coitadinhos… e foram logo escolher um Coronel para bode expiatório!…
      Brilhante…
      O que interessa são os responsáveis de facto; os responsáveis políticos só interessam aos outros políticos – que são tão bons ou piores do que estes!!
      Ou agora, se calhar, os ministros (ou generais) é que vão fazer segurança aos paióis e controlar a armas – enquanto os comandantes das unidades só vão lá dormir a sesta!…
      As pistolas Glock furtadas eram da PSP e nada tem a ver com os militares ou com o Ministério da Defesa!!

      • Não tu sejas palerma… como já nos habituaste.
        O que as pistolas Glock têm em comum com este caso, é que se trata igualmente de um furto sem apuro de responsáveis.

  2. Sempre pensei que os assaltantes estavam dentro do próprio exército. E possivelmente isso vai-se confirmar. Por isso é que o Ministro respetivo até tinha vergonha de contar a história ao chefe supremo das forças armadas. A confirmar-se, devia também ser corrido.

  3. É de uma gritante irresponsabilidade e má fé o vosso título!…

    Independentemente de tudo o resto, “abreviar” no título “Comandante da GNR de Loulé” (um sargento), para apenas “Comandante da GNR”, transmitindo a ideia subliminar de se poder tratar do “Comandante (Geral) da GNR” (um General), é de uma falta de honestidade que só vos diminui como órgão de Comunicação Social!… Espero que corrijam este erro crasso, com a mesma notoriedade do vosso título inclassificável!…

  4. Passado tanto tempo andam agora a encontrar pistas? Quanto a mim o único culpado foi o básico lá do quartel que normalmente faz a limpeza da parada, foi aos paióis fazer limpeza meteu tudo em sacos do lixo e no dia seguinte passou o carro do lixo e levou tudo para a lixeira que pelos vistos até é lá na zona onde foram encontradas armas, daí ao ar angélico do senhor ministro da tutela em não querer molestar o pobre soldado.

  5. O Sr Ministro da Defesa Nacional andou, anda e andará a apanhar bonés desde sempre.

    Os militares fazem o que querem e bem lhes apetece e o Ministro ainda os Condecora por tudo e por nada.

    Lembram-se das “brilhantes” conclusões a que a investigação da PJM tinha chegado?

    Isto não são umas F Armadas, é um grupo de bandoleiros.

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