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Ventura muda alcunha de Ana Gomes (e diz que Costa prefere vê-lo a ele como Presidente)

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Mário Cruz / Lusa

O deputado do Chega, André Ventura

O líder do Chega, André Ventura, disse, em entrevista à Antena 1, que se ficar atrás de Ana Gomes é porque não fez bem o seu trabalho e que António Costa prefere vê-lo a ele como Presidente.

Em declarações à Antena 1, André Ventura falou da II Convenção do Chega, onde a sua lista à direção só foi aprovada à terceira vez. O líder do Chega admitiu que não esperava esse desfecho, mas garantiu que ficou um alerta para o futuro do partido.

“É uma avaliação que ainda estou a fazer. É evidente que era um resultado que não esperava, sobretudo depois de ter vencido as eleições diretas com mais de 99% dos votos. Mas percebi durante a Convenção que havia um conjunto de motivos mais de natureza pessoal e depois também política mais baixa. Não me senti traído, mas desiludido”.

Ventura justificou o impasse na Convenção com o crescimento rápido do partido que tem menos de dois anos de existência e já revela alguns problemas comuns aos grandes.

“O partido cresceu e tornou-se incontrolável. Se há um ano me dissessem que íamos ter 20 mil militantes. Foi com grande alegria que percebi que o ADN continua cá, mas também me desiludiu porque tem alguns vícios como os grandes partidos“, disse.

Questionado sobre os militantes do Chega, Ventura refere que há uma enorme abrangência desde ex-militantes do PCP até ex-militantes do CDS, embora a maioria venham do PSD. O líder do partido disse que há uma “enorme vontade de mudança”, apesar de haver também várias correntes de opinião – nomeadamente no campo económico – face às diferentes origens partidárias.

Sobre os militantes que pertencem a movimentos extremistas, Ventura confessou dificuldades em filtrá-los, mas assegurou que o partido tem atuado sempre quando tem conhecimento dos casos.

“Tenho tido dificuldades com neonazis, tanto tenho, que já suspendi alguns. Aquele militante da Covilhã Nuno Cardoso, que alegadamente pertencia à Resistência Nacional, por exemplo, foi suspenso”, disse.

Questionado sobre futuras coligações, Ventura disse que a porta só estará aberta para o PSD – que admitiu dialogar com o partido se tivesse uma “posição mais moderada” – se o partido estiver disponível agora para discutir o projeto de revisão constitucional.

“Se o PSD acha que é a hostilizar que se vai aproximar, está enganado. Nós não somos muleta, não somos o CDS do séc. XXI. PSD sozinho não vai conseguir formar Governo e nessa altura vai ligar-nos”, atirou Ventura.

“Costa prefere ver Ventura a presidente”

Na entrevista à Antena 1, o tema “Presidenciais” também veio à baila. Ventura disse que continua a acreditar que disputará a segunda volta com Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado sobre a sua ameaça de demissão caso fique atrás de Ana Gomes nas eleições, Ventura recuou e afirmou apenas que se isso acontecesse é porque não fez bem o seu trabalho, uma vez que a ex-eurodeputada não conta com o apoio do PS.

“Tenho a certeza de que António Costa prefere ver André Ventura a presidente do que Ana Gomes. Ana Gomes não mobiliza ninguém. Soube ontem que Paulo Pedroso vai coordenar a campanha, só falta aparecer José Sócrates“, disse.

O antigo ministro do Trabalho Paulo Pedroso foi acusado no processo Casa Pia por abuso sexual de menores, tendo sido constituído arguido, chegando a ser detido na Assembleia da República e suspenso do cargo de deputado. Em 2006, o Tribunal de Instrução Criminal considerou que não havia fundamento levar Pedroso a julgamento.

De acordo com o jornal i, citado pelo SOL, para o deputado único do Chega, a escolha de Paulo Pedroso mostra ao que vem Ana Gomes. “Proteger os boys do PS, ocultar os piores casos de crime da história socialista e atirar areia para os olhos dos portugueses”, acusou.

“Este é o indivíduo que vai coordenar a campanha de Ana Gomes, uma mulher que diz querer combater a podridão do sistema e os crimes graves. É com Paulo Pedroso que o vai fazer?, questionou. “Vou lutar com todas as minhas forças contra a candidata Casa Pia”, prometeu.

Na entrevista à Antena 1, Ventura confirmou que não será candidato a nenhuma câmara nas eleições autárquicas, mas que está confiante de que o partido conseguirá alguns “nomes fortes” para as principais cidades.

ZAP //

3 Comments

  1. Não me lembro de os politicos descerem tão baixo na politica, como querem que votemos nesses politicos que para eles tudo vale e vale tudo, nunca pensei que os politicos descessem tão baixo.

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