O chefe da autoridade do medicamento norte-americana, FDA – Food and Drug Administration, Stephen Hahn, recusou-se a apoiar a alegação do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de que 99% dos casos de covid-19 no país são “totalmente inofensivos”.
“Sabemos que estão a surgir casos no país”, disse Hahn à CNN, citada no domingo pelo Independent, após ter sido questionado sobre a mais recente alegação do Presidente sobre os casos de coronavírus. “Todos vimos os gráficos associados, ainda é muito cedo, não vou especular sobre qual é a causa”, disse Hahn.
Ainda sobre afirmação de Trump, Hann indicou que não falaria “sobre quem está certo e quem está errado”.
“O que vou dizer é o que já disse antes, que é um problema sério o que temos. Vimos o aumento nos casos. Precisamos fazer algo para conter a maré”, apontou, referindo-se ao recente aumento de casos em vários estados, especialmente aqueles que romperam com Trump nas eleições presidenciais de 2016.
As declarações de Trump foram feitas no sábado, durante um discurso de comemoração do Dia da Independência dos EUA. “Agora testamos quase 40 milhões de pessoas. Ao fazer isso, mostramos que 99% dos casos são totalmente inofensivos”, afirmou.
Também à ABC News, no domingo, Hahn recusou-se a responder diretamente sobre as alegações do Presidente. “Esta é uma epidemia muito rápida, uma pandemia de rápido movimento. E qualquer morte, qualquer caso, é trágico. E queremos fazer tudo o que pudermos para impedir isso”, sublinhou.
Vários países impuseram restrições às viagens de e para os EUA, à medida que novos casos de covid-19 continuam a surgir no país. As autoridades de saúde relataram mais de 50 mil novos casos diários várias vezes nos últimos 10 dias. Na quinta-feira, registaram 55.595 novas infeções.
O Reino Unido exige agora que as pessoas que cheguem ao país vindas dos EUA fiquem em isolamento durante 14 dias. “Eles [EUA] têm um número muito alto de infeções, razão pela qual não estão na lista [de países isentos do mandato de 14 dias de isolamento]”, disse o ministro dos Transportes da Grã-Bretanha, Grant Shapps, na semana passada.
Coronavírus / Covid-19
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