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Terminou o apagão que deixou a Venezuela às escuras durante uma semana

Rayner Pena / EPA

A energia elétrica na Venezuela foi reposta após o apagão que afetou o país desde a passada quinta-feira, dia 7 de março. O anúncio foi feito por Jorge Rodríguez, ministro de Comunicação e Informação venezuelano.

Em declarações à televisão estatal Venezuelana de Televisão (VTV), Jorge Rodríguez informou que a energia foi restabelecida, mas que ainda há alguns problemas pontuais, como é o caso “dos transformadores que foram sabotados, em Baruta e El Hatillo” , e que “o serviço foi restaurado em 60%” nessas áreas.

O ministro adiantou ainda que o governo de Caracas deu ordem para as atividades laborais no país sejam retomadas já esta quinta-feira. Ainda assim, as escolas mantêm-se suspensas por mais 24 horas, por isso, os alunos só voltarão a ter aulas na sexta-feira.

Além da interrupção dos serviços, como é o caso dos transportes públicos, o corte de energia afetou hospitais, comunicações fixas e móveis, os terminais de pagamentos, o acesso à Internet e a distribuição de água no país. A restituição da água potável também está assegurada em 80% do território venezuelano e 70% em Caracas.

O apagão fez com que Juan Guaidó, autoproclamado Presidente interino da Venezuela, entregasse esta segunda-feira um pedido à Assembleia Nacional para ser decretado o estado de emergência no país.

A organização não-governamental Codevida revelou que 15 doentes renais morreram nos últimos dias no país, por falta de condições para realizar diálise. Juan Guaidó diz que o número de mortos chega aos 17.

A Venezuela estava às escuras na sequência de uma avaria na central hidroelétrica de El Guri, a principal do país, que afetou ainda dois sistemas secundários e a linha central de transmissão. O apagão atingiu Caracas e 22 dos 23 estados venezuelanos.

As autoridades venezuelanas disseram tratar-se de uma “guerra elétrica”. O ministro do Poder Popular para a Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, qualificou a ocorrência como um “ato criminoso”.

“Sabotaram a geração em El Guri. Isso é parte da guerra elétrica contra o Estado. Não o permitiremos. Estamos a trabalhar para recuperar o serviço”, escreveu Motta Domínguez.

Nos últimos anos, segundo a imprensa venezuelana, milhares de empregados da estatal Corporação Elétrica Nacional da Venezuela abandonaram a empresa, devido aos baixos salários e à crise económica no país.

Anos de apagões

Esta não é a primeira vez que a Venezuela fica às escuras. Nos últimos anos, o país registou inúmeros apagões, oficialmente justificados pela seca, mau tempo, corte e roubo de cabos, incêndios e animais selvagens.

Em dezembro de 2013, um apagão deixou metade do país às escuras, interrompendo um discurso de Nicolás Maduro, que sugeriu que teria sido um ato de sabotagem.

Em março do ano seguinte, um novo apagão causou um colapso do trânsito na Venezuela, com as ruas a registarem uma inusitada afluência de pessoas que tentavam chegar aos seus empregos e longas filas para apanhar autocarros. Segundo o ministro venezuelano de energia elétrica, Jesse Chacón, foi ocasionado por um incêndio.

Em junho de 2014, um outro apagão interrompeu novamente um discurso do presidente Maduro. A falha teria tido origem nos cabos elétricos situados entre San Gerónimo e La Arenosa, na região central do país.

O último grande apagão registado na Venezuela ocorreu em agosto do ano passado, quando uma falha elétrica voltou a deixar Caracas às escuras depois de, ao longo do dia, terem ocorrido várias quebras de energia elétrica no país.

ZAP //

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