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Pelo menos 17 pessoas morreram devido ao apagão na Venezuela

Rayner Pena / EPA

Homem olha pela janela durante apagão de março de 2019 em Caracas

A organização não-governamental Codevida, que actua na Venezuela, revelou este domingo que 15 doentes renais morreram nos últimos dias no país, por falta de condições para realizar diálise. Juan Guaidó, auto-proclamado presidente interino do país, diz que o número de mortos chega aos 17.

O apagão que atingiu o país esta quinta-feira afectou o funcionamento dos aparelhos de diálise, denuncia a ONG Codevida. A organização não governamental venezuelana, que estima em 15 o número de mortos, receia que o número de vítimas venha a aumentar.

A ONG acrescenta que a situação das pessoas com insuficiência renal é crítica porque quase todas as unidades de diálise estão paralisadas.

O apagão atinge Caracas e 22 dos 23 estados venezuelanos desde quinta-feira. Segundo a imprensa local, que cita a Corporação Nacional de Energia Eléctrica, o apagão poderá ser fruto de sabotagem na central hidroeléctrica de Guri.

O ministro de Energia Eléctrica da Venezuela, Luis Motta Dominguez, afirmou que as autoridades estão a trabalhar para resolver a questão.  “Estamos a preparar-nos para restaurar as fontes de energia o mais rapidamente possível. Isso pode levar três horas”, disse na quinta-feira o ministro à cadeia televisiva estatal Telesur.

Segundo a Codevida, as mortes foram registadas nas regiões de Zulia, Trujillo e Caracas. De acordo com a ONG, 48 crianças dependem de unidade de diálise pediátrica.

No Twitter da organização, o director da Codevida, Francisco Valencia, afirmou que há 129 unidades de diálise para atender a 10 mil pessoas no país, e alertou para as faltas de energia. De acordo com Valencia, 2,5 mil doentes renais morreram no país, no período de 2017 e 2018, por várias deficiências que atingem as unidades de diálise.

Guaidó confirma 17 mortos em hospitais

O presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, auto-proclamado presidente interino da Venezuela e como tal entretanto reconhecido por 50 países, confirmou este domingo que 17 pessoas morreram em hospitais devido ao apagão, que dura já quase há 70 horas na maior parte do país.

“Há 17 mortos confirmados, 15 deles em Maturín, mas devido a falhas de comunicação não conseguimos monitorizar 17 dos 40 hospitais que são normalmente acompanhados”, disse o líder opositor em conferência de imprensa na sede do Parlamento da Venezuela.

Nas redes sociais, no entanto, inúmeros utilizadores dizem haver pelo menos 40 mortos  nos hospitais afectados pelo apagão — a maior parte dos quais serão pacientes dependentes de tratamentos de diálise.

Juan Guaidó anunciou também que vai solicitar aos deputados que decretem o Estado de Emergência para “fazer frente à catástrofe no país” devido ao apagão, e que esta segunda-feira haverá uma reunião de emergência no Parlamento para “avaliar o estado de alarme nacional e tomar as devidas acções”, que não especificou.

O apagão afectou também o fornecimento de água, embora este seja um recurso que se encontra em escassez no país há vários anos. Também os serviços de comunicação estão instáveis, estando diversas operadoras paralisadas ou com dificuldades de funcionamento em diversas regiões do território venezuelano, incluindo em Caracas.

Juan Guaidó adiantou entretanto que a oposição “mantém conversas” com uma empresa alemã com capacidade de fornecer de imediato geradores de energia e outros “recursos  necessários para estabilizar o sistema”.

ZAP // EFE / Agência Brasil

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