A tensão nas ruas chegou ao Parlamento. Chega e BE são “abutres” a incendiar o debate

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Manuel de Almeida, José Sena Goulão / Lusa

“Morreu um cidadão negro, saia uma medalha para quem o matou” – Mariana Mortágua também ajudou a aquecer os ânimos.

Os recentes momentos de tensão em diversas zonas da Grande Lisboa originaram um debate – também ele tenso – na Assembleia da República.

O Chega já tinha “incendiado” o assunto na véspera, quando André Ventura até deu a ideia de ser vidente. Mas o Bloco de Esquerda (BE) também não ajudou a suavizar o momento.

No debate desta terça-feira, Mariana Mortágua quase nem conseguia falar em alguns momentos, sendo interrompida por muitos deputados do Chega devido às suas palavras.

A coordenadora do BE criticou o Chega por “exigir a condecoração de um agente arguido”.

“Morreu um cidadão negro, saia uma medalha para quem o matou”, afirmou Mortágua.

A deputada acrescentou: “Só importa o ódio, o insulto racista, contra uma comunidade inteira. São negros, são bandidos!“.

André Ventura explicou que o Chega quer condecorar o agente da PSP que matou um homem em fuga na Amadora porque “se atravessou por nós. Deu o corpo às balas, à definição do que é ser polícia”, continuou.

Hugo Soares, líder parlamentar, do PSD condenou os “populismos” e quem tem responsabilidade política e que se “comporta como gasolina” neste assunto.

Rui Rocha (IL) chamou “abutres” a Chega e Bloco. Disse que “há demasiados abutres a pairar na política portuguesa” que “não estão a contribuir para a solução desta situação”.

“Eu uso com propriedade a designação. Abutres. Precisamos de mais ponderação, precisamos de um Estado mais rigoroso, precisamos de mais sentido de Estado em todas as matérias. Eu nunca vi um abutre a solucionar uma situação. Nunca vi. Os abutres alimentam-se do caos e da desordem. É natural, portanto, que promovam o caos e a desordem e não que os queiram solucionar”, atirou.

Para Rui Rocha, o Chega diz sempre que os “polícias têm sempre razão” e o BE diz sempre que “a polícia nunca tem razão”.

Pouco depois, Ricardo Reis, assessor e dirigente do Chega, sugeriu que o homem que morreu na segunda-feira era bloquista. E parece ter ficado contente com a sua morte: “Menos um criminoso… menos um eleitor do Bloco“, escreveu no X – entretanto a publicação foi apagada.

À noite, na RTP, Pedro Pinto (Chega) disse que “se calhar, se os polícias disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem”.

O Livre estendeu as críticas à ministra da Administração Interna. Não gostou da reação de Margarida Blasco aos distúrbios ocorridos em vários bairros da periferia de Lisboa, considerando que podem “acicatar ânimos” e adiantou que pretende ouvi-la em breve no parlamento.

O deputado Paulo Muacho apontou: “Entendemos que este não é o momento de acicatar os ânimos, não é o momento de a própria ministra estar a utilizar uma linguagem de força bruta e de reposição à força da ordem pública. Deve haver a capacidade de a situação serenar e é preciso também perceber o que está a falhar”.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Gostava de saber onde o Chega anda a incendiar…. ou a defender a quem anda incendiar…. Na minha humilde opinião Chega tem sido o partido mais moderado, empenhado em união, chegar a consensos e disposto a ouvir a população em matérias que diz respeito a todos. Ao contrario de todos os outros que parece ter alergia a ouvir o que o povo quer e muito menos deixar o povo votar.

  2. É o liberalismo que através da sua ideologia extremista representada no Partido Socialista (PS), Partido Social Democrata (PSD), Centro Democrático Social (CDS), Partido Comunista Português (PCP), Partido Chega (CH), Partido Livre (L), Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Bloco de Esquerda (BE), e Partido Iniciativa Liberal (IL), que contribuem activamente para o ódio, violência, e caos, na Sociedade Portuguesa.

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