Afinal, André Ventura é vidente

António Pedro Santos / LUSA

O presidente e deputado do Chega, André Ventura

Líder do Chega, o “grande vencedor” nestes dias, dá a ideia que já sabe tudo que aconteceu no Zambujal, mesmo quando decorre a investigação.

É o assunto que está a marcar a actualidade em Portugal: os desacatos na Grande Lisboa.

Os problemas começaram na segunda-feira, no bairro do Zambujal (Amadora), quando um homem em fuga da polícia morreu após ser baleado por um agente da PSP.

O clima ficou muito tenso na Amadora, particularmente no bairro do Zambujal, onde morava a vítima mortal: vários focos de incêndio, paragens de autocarro destruídas, um autocarro apedrejado e muita gente na rua.

Já na noite passada, os distúrbios espalharam-se: Carnaxide (Oeiras), Casal de Cambra (Sintra) e Damaia (Amadora) foram “focos de desordem”, com dois polícias feridos e três pessoas detidas.

É um assunto que marca a actualidade e é um assunto que dá uma vitória ao Chega.

Rui Pedro Antunes reforça essa ideia e salienta o discurso de André Ventura nesta terça-feira, ainda antes dos problemas da noite passada.

Ventura, o “grande vencedor” nesta situação, disse na Assembleia da República que serviu como “gasolina” para agravar este assunto: disse que o agente da PSP em causa deve ser condecorado por ter travado um criminoso.

“André Ventura acaba por ser absolutamente contraditório: a investigação está a ser feita e ele já sabe tudo. Já sabe quem é o criminoso, já sabe que o polícia deve ser condecorado”.

“O polícia pode não ter cometido erro nenhum, pode ser esse o resultado da investigação – mas André Ventura não sabe disso”, continua o comentador da rádio Observador.

Os responsáveis políticos deveriam ter cuidado para não piorar esta situação. “Cuidado esse que André Ventura não quer ter, porque quer tirar proveitos políticos, a mostrar que há muita insegurança e que os polícias estão sempre fragilizados”, continuou Rui.

“É difícil encontrar uma honestidade intelectual absoluta em André Ventura neste assunto”, analisa Rui Pedro Antunes.

O comentador, que até mora perto da Amadora, aproveitou para avisar que “Lisboa não é um faroeste” por causa destes desacatos.

ZAP //

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