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SwissLeaks: traficantes, famosos e portugueses em esquema de fraude fiscal

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O banco britânico HSBC Private Bank está no centro da polémica, no âmbito da chamada investigação “SwissLeaks”, que apurou que a entidade organizou um esquema, através da sua filial na Suíça, para ajudar os seus clientes a fugirem aos impostos. E há portugueses envolvidos, assim como vedetas como David Bowie, Tina Turner e John Malkovich.

Esta investigação, que foi levada a cabo por um consórcio internacional de jornalistas e divulgada neste fim-de-semana pelo jornal francês Le Monde, baseia-se em documentos de Hervé Falciani, um informático que trabalhou no HSBC em Genebra, na Suíça.

Esses documentos darão conta de que mais de 180 mil milhões de euros se movimentaram neste esquema fraudulento entre 2006 e 2007, envolvendo 106 mil clientes de 203 países e 20 mil sociedades “offshore”.

Além de traficantes de armas e de diamantes e de terroristas, há várias figuras públicas no lote dos implicados, designadamente os artistas David Bowie e Tina Turner, os actores John Malkovich e Christian Slater, os desportistas Fernando Alonso e Valentino Rossi, o estilista Valentino, a modelo Elle McPherson, ou figuras como os Reis de Marrocos e da Jordânia, Mohammed VI e Abdullah II, respectivamente.

A lista de países com mais dinheiro envolvido neste esquema é encabeçada pela Suíça, com 27,3 mil milhões de euros, seguindo-se o Reino Unido com 19 mil milhões e a Venezuela com mais de 10,5 mil milhões de euros.

Portugal aparece no 45º lugar da lista com 855,8 milhões de euros depositados no HSBC da Suíça, espalhados por 778 contas bancárias pertencentes a 611 clientes. Destes, apenas 36% terão passaporte português e haverá um titular, cuja identidade não se conhece, que será dono de 143 milhões de euros.

Os responsáveis da filial suíça do HSBC já anunciaram ter feito uma “transformação radical”, no seguimento de “incumprimentos” verificados em 2007, “para evitar que os seus serviços sejam utilizados para defraudar o fisco ou para a lavagem de dinheiro”, conforme referiu o director-geral da entidade, Franco Morra, em comunicado publicado pela France Presse e citado pelo Jornal de Notícias.

ZAP

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