Marcos Santos / USP Imagens

Os cartões de crédito estão presentes no nosso dia a dia. São práticos, aceites em quase todo o lado e ajudam em imprevistos. Mas também escondem riscos que não devem ser ignorados: juros altos, comissões e a tentação de gastar mais do que o orçamento permite.
Com a informação certa, é possível fazer do cartão um aliado financeiro e evitar armadilhas. O Doutor Finanças reuniu algumas informações úteis para quem utiliza ou está a pensar aderir a um cartão de crédito.
Um cartão de crédito não é só mais um cartão. É, na prática, uma linha de crédito renovável disponibilizada pelo banco. E o dinheiro das compras não sai logo da conta: é adiantado pela instituição financeira e pago mais tarde.
Se a totalidade da fatura for liquidada no mês seguinte, não são cobrados juros. Caso contrário, são adicionados juros ao valor em falta, fazendo crescer significativamente a dívida. Esta é a grande diferença em relação ao cartão de débito, em que o valor sai imediatamente da conta.
Além disso, a conveniência é uma das grandes vantagens dos cartões de crédito. São aceites em praticamente todo o mundo, permitem flexibilidade no pagamento das compras e incluem programas de recompensas que se traduzem em poupanças reais.
Acrescem ainda os seguros gratuitos associados, que podem ir da proteção em compras e extensão de garantia até à cobertura de despesas médicas, cancelamentos ou bagagem em viagens.
Como detalha o Doutor Finanças num comunicado enviado ao ZAP, nem todos os cartões de crédito são iguais. O mercado apresenta várias opções de cartões de crédito, adaptadas a diferentes perfis.
Os cartões Clássicos têm limites mais baixos e anuidades reduzidas ou inexistentes, sendo indicados para uma utilização básica.
Já os cartões Gold ou Platinum oferecem limites superiores, benefícios adicionais e pacotes de seguros, mas implicam custos mais elevados.
Os cartões com cashback devolvem parte do valor gasto, desde que a fatura seja liquidada na totalidade; enquanto os cartões com milhas permitem acumular pontos para viagens e serviços associados.
Há ainda soluções para estudantes, com limites reduzidos e anuidades simbólicas, cartões de lojas que dão descontos exclusivos, mas exigem atenção redobrada às condições, e cartões virtuais ou pré-pagos, especialmente utilizados em compras online por acrescentarem segurança.
O lado negro destes cartões
Apesar dos benefícios, os riscos não devem ser ignorados – alerta o Doutor Finanças.
A opção pelo pagamento parcial das faturas leva a juros elevados, que podem fazer crescer a dívida de forma rápida.
Como não existe um impacto imediato no saldo da conta, torna-se também mais fácil ceder a compras por impulso, acumulando despesas sem perceber a dimensão real do gasto.
A tudo isto somam-se elevadas comissões de levantamento em ATM, penalizações por atrasos ou taxas de conversão em compras no estrangeiro, que pesam no orçamento.
Importa ainda destacar que todos os cartões aparecem no Mapa de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, o que pode dificultar a aprovação de novos créditos, nomeadamente o crédito habitação.
A utilização responsável é a chave para manter o cartão de crédito como um aliado e não como uma fonte de problemas.
A liquidação integral das faturas é a melhor forma de evitar encargos com juros.
Levantamentos em ATM devem ser evitados, dado o custo elevado.
Monitorizar os gastos através da aplicação do banco ajuda a manter o controlo e a identificar rapidamente movimentos suspeitos.
Definir limites pessoais de utilização, mesmo que o crédito disponível seja superior, é outra forma de prevenir excessos.
Finalmente, manter apenas os cartões necessários contribui para uma gestão mais simples e equilibrada.
O cartão de crédito pode ser um aliado poderoso da gestão financeira, desde que usado com disciplina. O segredo está em tratá-lo como uma ferramenta de conveniência – não como um prolongamento do rendimento.