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Suspeito do assassinato de Marielle recebeu 100 mil reais depois do homicídio

(dr) Nossa Política

O organismo que controla as movimentações financeiras no Brasil descobriu que foi feito um depósito de 100 mil reais (23.136,90 euros) na conta de um suspeito de assassinar Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes.

A transferência foi feita a partir de um banco no dia 9 de outubro, sete meses depois do tiroteio que tirou a vida à vereadora brasileira e ao seu motorista.

Depois da detenção de dois dos suspeitos do crime, o Ministério Público pediu o bloqueio das contas e a apreensão dos seus bens, de maneira a garantir a indemnização dos familiares da vereadora e do motorista. Esta sexta-feira, os dois acusados vão depor, sendo depois levados para Bangu 1, prisão estadual, antes de serem transferidos para uma cadeia federal.

Os dois suspeitos foram detidos no âmbito da Operação Lume – assim batizada devido à praça Buraco do Lume, no Rio de Janeiro, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista. Os investigadores acreditam que estava uma terceira pessoa no carro utilizado pelos suspeitos.

“Parece-me óbvio que um crime desta envergadura não foi cometido por razões pessoais desses PM [polícias militares]. É fundamental chegarmos aos mandantes desse crime político”, disse o vereador Tarcísio Motta, colega de Marielle na bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no Rio de Janeiro, citado pelo Globo.

“É incontestável que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia“, afirma a acusação. “A barbárie praticada na noite de 14 de março foi um golpe ao Estado Democrático de Direito”.

Defensora dos direitos humanos, Marielle Franco foi assassinada na noite de 14 de março do ano passado, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro e depois de participar num ato político com mulheres negras.

Os suspeitos são Ronnie Lessa, um ex-polícia militar de 48 anos, e Élcio Queiroz, um militar expulso do exército de 46 anos, que será quem guiava o carro. A investigação ainda tenta esclarecer, no entanto, quem foram os mandantes do crime e a motivação.

De acordo com os promotores do Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o crime foi meticulosamente planeado durante os três meses que o antecederam. A investigação aponta que Ronnie fez pesquisas na Internet sobre locais que a vereadora frequentava.

Segundo a investigação, desde outubro de 2017 o polícia também pesquisava a vida do deputado estadual Marcelo Freixo, o padrinho político de Marielle.

ZAP //

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