A TAP está a enfrentar uma das suas piores crises, face à pandemia de covid-19, e há várias soluções em cima da mesa, desde um empréstimo com aval do Estado à nacionalização da empresa.
Para fazer face aos efeitos da pandemia de covid-19, ficou a saber-se que a TAP vai avançar com um processo de lay-off para 90% dos trabalhadores e com a redução do período normal de trabalho em 20% para os restantes.
Segundo o jornal online Observador, o próximo passo para assegurar que a empresa se mantém solvente deverá ser um empréstimo bancário com aval do Estado cujo valor poderá rondar entre os 200 milhões e os 300 milhões de euros.
Para já, fonte do Ministério das Infraestruturas adianta apenas que o “Governo não está a ponderar nenhuma proposta em particular, (… ) mas vai analisar a situação da TAP e depois decidir”.
De acordo com o mesmo jornal, há várias opções à vista, entre as quais “uma companhia mais pequena, uma empresa integrada num maior grupo empresarial internacional ou até uma TAP totalmente pública“.
Este último cenário não é descartado pelo Governo, sobretudo se recordarmos as recentes declarações do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. “O Estado tem ferramentas para nacionalizar empresas e vai usá-las se achar conveniente”.
Sobre a TAP, o governante disse que o Governo “não deixará de usar todos os poderes a seu favor para salvaguardar a posição estratégica” e “assegurar a preservação” do valor da empresa.
Esta quarta-feira, aliás, a Comissão de Trabalhadores (CT) da companhia aérea nacional reforçou o apelo para que isso aconteça. O organismo “vem pedindo há anos que a TAP se torne 100% pública e agora é o momento para isso acontecer, é por isto que temos de continuar a lutar”, sublinhou em comunicado.
No mesmo dia, porém, numa entrevista à TSF, o acionista privado Humberto Pedrosa descartou essa possibilidade. O empresário concorda que o Estado tem de ajudar a TAP, “como os estados noutros países estão a ajudar as companhias aéreas”, mas afasta o cenário da nacionalização.
“Enquanto conseguirmos resolver os problemas e ter soluções para eles, não deverá pôr-se essa possibilidade”, declarou Pedrosa, garantindo ainda que não pensa, “de maneira nenhuma”, sair da estrutura acionista.
Atualmente, a TAP conta com uma participação de 50% do Estado, através da Parpública, estando 45% da companhia aérea nas mãos dos privados do consórcio Atlantic Gateway e 5% do capital nas mãos dos trabalhadores.
Com os salários em regime de layoff, além de se prever o pagamento de dois terços do vencimento bruto no caso de suspensão de trabalho, há também um limite mínimo e máximo, estabelecendo-se este último nos 1905 euros.
Segundo o jornal Público, no entanto, esse teto não será aplicado. Fonte oficial da transportadora adiantou que se optou “por ir além do que a lei permite” e “não penalizar tanto os trabalhadores”.
No caso dos trabalhadores que ficam com horário reduzido, os pagamentos serão de 80% das remunerações fixas mensais.
Esta quarta-feira, numa mensagem enviada aos trabalhadores, o presidente executivo, Antonoaldo Neves, apelou para que mantenham a empresa viva e sustentável, deixando ainda o seu agradecimento pelo “espírito de missão” demonstrado.