A acusação pública dá conta que foram monitorizadas 40 entregas de dinheiro vivo, guardado em envelopes, a José Sócrates, familiares e amigos próximos do ex-primeiro-ministro.
Esta sexta-feira, dia 9 de abril, o juiz Ivo Rosa anunciará a decisão instrutória que ditará quem vai a julgamento no âmbito da Operação Marquês, que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates.
Ao jornal Público, o seu advogado, Pedro Delille, disse que José Sócrates ainda não tinha decidido se ia estar presente no Campus da Justiça, em Lisboa, para a leitura da decisão instrutória.
Os arguidos não são obrigados a estar presentes, podendo ser representados pelos respetivos advogados. O matutino sabe que Hélder Bataglia, Zeinal Bava, José Paulo Bernardo Pinto de Sousa e Ricardo Salgado também não deverão estar presentes em tribunal. A leitura, que começa às 14h30, será transmitida em direto por vários canais de televisão.
A acusação pública, escreve o Correio da Manhã, dá conta que o Ministério Público monitorizou 40 entregas de dinheiro vivo, guardado em envelopes, a José Sócrates, familiares e amigos próximos. Os registos bancários estimam que o Sócrates recebeu um total de cerca de 1,2 milhões de euros.
Os pedidos de dinheiro correspondiam aos levantamentos feitos por Santos Silva das suas contas correntes, salienta o jornal. Os valores foram contabilizados através de vigilâncias e escutas.
A investigação do Ministério Público revela que várias pessoas encontraram-se com Santos Silva, a pedido de Sócrates, para receber o dinheiro. Desde o então deputado socialista André Figueiredo ao seu motorista pessoal, João Perna. Por telefone, os interlocutores chamavam “documentos” aos envelopes.
O Correio da Manhã dá o exemplo de entregas ocorridas em setembro de 2013, após José Sócrates ter ultrapassado o limite do seu cartão de crédito e de a sua ex-mulher, Sofia Fava, ter pedido dinheiro para fazer face a despesas em Paris.
O principal arguido da Operação Marquês, José Sócrates, apresentou um requerimento de abertura de instrução de apenas 12 páginas, concentrando-se em nulidades formais, escreve o Observador.
A defesa de Sócrates alega que, na primeira distribuição dos autos ao juiz Carlos Alexandre, se verificou uma manipulação e viciação das regras aplicáveis e que não se realizou qualquer sorteio mas sim uma distribuição manual.
Caso Ivo Rosa dê razão à defesa do político, todas as decisões tomadas pelo juiz Carlos Alexandre teriam de ser anuladas.
Não, eram só fotocópias…
…Tal e qual!
Qual era o tamanho do envelope?