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Se o governo “ceder”, não há apoio do PC para o Orçamento

José Sena Goulão / Lusa

O secretário-geral do PCP advertiu este domingo o Governo de que o Orçamento para 2017 deve manter a linha de devolução de rendimentos e direitos, para o executivo continuar a contar com o apoio do partido.

Jerónimo de Sousa fez a advertência ao discursar num almoço convívio realizado no parque de merendas de Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António, acrescentando que, se o executivo socialista optar por ceder aos “condicionamentos externos” e retomar as políticas de austeridade, deixa de contar com o PCP.

O dirigente comunista deixou uma mensagem a quem está a descansar neste período de férias, considerando que em breve vai ser necessário “responder em primeiro lugar à complexidade da situação politica e social, que continua numa linha de agravamento em várias áreas, resultantes particularmente destes constrangimentos e condicionamentos externos” impostos pela União Europeia.

“Vamos ter pela frente grandes questões, designadamente a questão do Orçamento do Estado para 2017. Nós queremos dizer que tem que continuar esta linha de devolução, de reposição de direitos, de respeito pelos salários, de aumentos das pensões e reformas”, afirmou Jerónimo de Sousa.

“Esta é a linha e não qualquer linha que passe pela cabeça do Governo de voltar à política de austeridade e à política que PSD e CDS defendem”, acrescentou.

O secretário-geral do PCP defendeu que “esse caminho foi rejeitado nas eleições de 4 de Outubro pela maioria do povo português” e disse que “o povo português não tem saudades nenhumas do governo PSD-CDS”, que há um ano atrás governava impondo como única receita a austeridade, recordou.

“Mas isto leva a um aumento da responsabilidade do actual governo PS, que é o de saber se soçobra perante as pressões de direita da União Europeia ou se connosco procura soluções duradouras de reposição de direitos, de salários, de respeito pela esperança, pelo sentimento que os portugueses têm de que é possível, no seu país, terem uma vida melhor, não terem de recorrer à emigração”, reiterou.

Jerónimo de Sousa qualificou como “inaceitáveis” as “ameaças de sanções” feitas pelas Comissão Europeias a Portugal ou as decisões que o Banco Central Europeu quer impor sobre a gestão do sistema financeiro e sobre a situação na Caixa Geral de Depósitos e frisou que “o primeiro e principal compromisso” do PCP “é com os trabalhadores e o povo português”.

/Lusa

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