As autoridades sauditas, que negaram ter dado ordens para matar o jornalista Jamal Khashoggi, estão a elaborar um relatório em que admitem a morte do jornalista e a justificam como resultado de um interrogatório que correu mal.
De acordo com a CNN, que avançou a notícia nesta segunda-feira e cita duas fontes não identificadas, a operação foi levado a cabo sem autorização e sem transparência. O relatório garante ainda que os envolvidos serão responsabilizados.
Uma das fontes anónimas revelou também que o documento ainda está a ser realizado, pelo que o seu conteúdo poderá sofrer alterações.
A CNN adiantou ainda, segundo as mesmas fontes, que o interrogatório tinha como objetivo final proceder ao rapto de Khashoggi de território turco para a Arábia Saudita.
Jamal Khashoggi, jornalista crítico do poder saudita e colaborador do diário norte-americano The Washington Post, não deu mais sinais de vida desde que entrou, a 2 de outubro, no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, para tratar da documentação necessária para casar com a namorada, cidadã turca.
Após o seu desaparecimento, investigadores turcos disseram a responsáveis norte-americanos que tinham de gravações vídeo e áudio que comprovam que o jornalista tinha sido interrogado, torturado, assassinado e desmembrado no interior do edifício por uma equipa da segurança saudita, revelou o Washington Post no passado 12 de outubro.
Dias depois, os chefes das diplomacias do Reino Unido, França e Alemanha exigiram uma “investigação credível” ao desaparecimento de Jamal Khashoggi.
Também Donald Trump revelou nesta segunda-feira ter falado com o rei Salman da Arábia Saudita, tendo-lhe este dito para “ignorar” o que aconteceu ao jornalista saudita desaparecido. O Presidente norte-americano anunciou também que o secretário de Estado, Mike Pompeo, iria à Arábia Saudita para se encontrar diretamente com o rei Salman.
Trump, grande aliado do reino dos sauditas, tinha já anunciado no sábado que a Arábia Saudita poderia estar por detrás do desaparecimento do jornalista e advertiu que, se fosse esse o caso, haveria um “castigo severo”.
ZAP // Lusa
“Correu mal”?
Pois correu mal para o jornalista e de que maneira, entrou numa armadilha a pensar estar a entrar numa representação diplomática.