Políticos e especialistas voltam a reunir-se na sede do Infarmed, na próxima semana, para decidir como avança a última fase do desconfinamento, que começa a 3 de maio. Os dados da pandemia encorajam o Governo a seguir com o plano.
Os números encorajam o Governo de António Costa a avançar no desconfinamento, a começar pelo fim das restrições ao fim de semana: o levantamento de restrições aos sábados e domingos foi desenhado para poder avançar a partir do dia 3, mas o Governo manteve a decisão em aberto.
A mudança será significativa, uma vez que, desde o dia 14 de novembro, que todos os fins de semana no Continente têm tido restrições horárias, com os estabelecimentos comerciais e restauração a fechar a partir das 13h.
Segundo o Expresso, o fim das restrições ao fim de semana pode ser impulsionado pelo desejo de acabar com o estado de emergência, isto porque se trata de uma das medidas mais restritivas da liberdade e não é certo que, a nível jurídico, possa ser imposta sem a emergência em vigor.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pretende que este estado de emergência, que termina às 23h59 de dia 30 de abril, seja o último. No entanto, ainda não se sabe se o país terá ou não necessidade de se manter em emergência.
Para já, os sinais são positivos: o R(t) recuou para 0,98, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado na quarta-feira, e o mesmo aconteceu com a incidência, que ronda agora os 72,7 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias.
Mais de duas semanas depois da Páscoa e da segunda fase de reabertura, o balanço é positivo. Os efeitos desta etapa mais recente só serão visíveis daqui a, pelo menos, mais uma semana.
A próxima fase do desconfinamento, a última do plano do Governo, prevê que possam realizar-se grandes eventos exteriores e interiores com diminuição de lotação, casamentos e batizados com 50% de lotação, todas as modalidades desportivas, atividades físicas ao ar livre e em ginásios.
As regras também mudam nos restaurantes e cafés, passando do limite de 6 pessoas para 10 em esplanadas.
Páscoa parece ter corrido bem
Ao contrário do que aconteceu no Natal, a Páscoa não levou a um aumento descontrolado da pandemia. Mais de duas semanas depois, o país continua numa situação confortável, tanto em termos de número de novos casos, como em relação ao número de internamentos (que continua a diminuir).
O Público fez uma comparação entre as épocas festivas e concluiu que, duas semanas após o Natal, a 7 de janeiro, havia mais quase 700 internados e o número diário de casos passou dos dez mil pela segunda vez desde o início da pandemia.
De 25 de dezembro a 1 de janeiro, houve 28.847 novos casos, um aumento de 7,4%, seguido de 46.080 casos na semana de 1 a 8 de janeiro (mais 11%).
Em abril, numa altura em que a incidência é muito inferior, verificou-se um aumento de 0,5% (4.271) no número de casos de 5 a 12, seguido de um aumento de 0,4% (3.456) na semana seguinte, de 12 a 19 de abril.
Os dados revelam que a Páscoa não parece ter influenciado negativamente a situação epidemiológica em Portugal. Ainda assim, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes não deixa de pedir cautela quanto à evolução da pandemia.
Ainda que reconheça não ter existido um impacto da Páscoa na evolução dos casos, “ainda é muito cedo” para concluir que não haverá uma quarta vaga, em função da reabertura gradual do país.
Coronavírus / Covid-19
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