Marcelo já prepara o próximo estado de emergência (e espera que seja o último)

Clara Azevedo / Portugal.gov.pt

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já começou a preparar o próximo estado de emergência, que espera ser o último.

“Haverá uma reunião no Infarmed na terça-feira de manhã e durante a tarde, porventura o começo da noite de terça-feira, ouvirei todos os partidos com assento na Assembleia da República antes de enviar para o Governo o projeto de decreto, se for essa a decisão, receber o parecer do Governo e depois enviar para a Assembleia da República, se for essa a minha decisão, para poder ser debatido no dia seguinte na Assembleia da República”, disse Marcelo, citado pelo Diário de Notícias.

O Chefe de Estado pretende que este estado de emergência em questão, que começará às 0h do próximo dia 16 e terminará às 23h59 de dia 30, seja o último.

Contudo, ainda não se sabe se o país terá ou não necessidade de se manter em estado de emergência devido ao desconfinamento iniciado em 15 de março.

A partir de 19 de abril, inicia-se a 3.ª fase do plano do Governo, que inclui o regresso as aulas presenciais no ensino secundário e no ensino superior; a reabertura dos cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos; e todas as lojas e centros comerciais; os restaurantes, cafés e pastelarias. Também serão permitidos eventos exteriores com lotação limitada. Os casamentos e batizados passarão a poder ter uma lotação de 25%.

Até agora, o desconfinamento não teve nenhum efeito grave de explosão na dimensão da pandemia em Portugal. Apesar de o número de infetados ter aumentado, isso não se refletiu numa evolução negativa do número de mortos por dia.

Além disso, a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem vindo a diminuir. No início da abertura estavam internadas 996 pessoas, das quais 231 em UCI (Unidades de Cuidados de Saúde). Atualemente, estão 466 (e 113 em UCI).

Por outro lado, os valores que integram a chamada “matriz de risco” mostram dados contraditórios. O R(t) tem vindo a subir desde 15 de março – era 0,83 e já está em 1,02 -,  mas a incidência pandémica está num trajeto contrário – era de 96 e agora é de 65,7 -. Assim, o país encaminha-se para a zona amarela, mas só devido a um dos índices, não dos dois.

A reunião no Infarmed será relevante para decidir o que fazer com o plano de desconfinamento, nomeadamente quanto à 3ª fase.