A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu esta segunda-feira que o Governo não hesitará “em lançar mão” da requisição civil dos hospitais privados caso não se consiga, “por acordo, ultrapassar as dificuldades”.
“Neste momento temos 19 convenções celebradas na ARS do Norte para a aquisição de camas que nos dá cerca de 150 camas não Covid e outras 150 Covid. Em Lisboa e Vale do Tejo essa capacidade é muito mais reduzida, temos apenas 100 camas (…) o que torna a gestão de doentes muito complexa”, disse Marta Temido, à porta do Hospital das Forças.
O Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, dispõe de camas de internamento e cuidados intensivos para doentes infetados com a covid-19.
Citada pelo ECO, a responsável referiu que já se sabia “que este mês ia ser extraordinariamente difícil”, devido às festas de natal e fim de ano, e que a única maneira de se resolver a pressão existente nos hospitais é “baixando os níveis de transmissão”.
“Temos que enfrentar e ultrapassar o aumento do número de casos através da articulação com os serviços de saúde”, concluiu a governante, referida pelo Jornal Económico.
Quanto ao número elevado de novos casos, reconheceu a pressão sobre o Sistema Nacional de Saúde (SNS).
“Estamos todos a enfrentar um aumento do número de casos e isso coincide com alguma abertura durante o período das festas natalícias e também daquilo que é a evolução da doença e o período climatérico que estamos a atravessar muito também castigado por infeções respiratórias”, afirmou. “Temos que enfrentar e ultrapassar através da articulação com os serviços de saúde”, acrescentou.
Coronavírus / Covid-19
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“Nao hesitaremos”… a hipocrisia desta frase é absolutamente inqualificável. Conheço varias pessoas às quais foram recusados internamentos que de outra forma teriam sido admitidos por nao terem COVID. Consultas e operaçoes adiadas, etc
Ainda estamos a ponderar a requisição civil, porquÊ? Como “nao hesitaremos” se ja o estao a fazer a partir do momento em que assumem que o SNS está no limite – em parte porque está ha anos em subdesenvolvimento e no limite da capacidade – e que já começa a escassear a capacidade de responder aos doentes COVID e não-COVID? E porque a obsessao pela proteçao dos doentes COVID? Que eu saiba continuamos com uma taxa de mortalidade de apenas 1,6% em Portugal, e na sua larga maioria (90%) com mais de 70 anos e comorbidades.
É quase intocável este sector da saúde! É preciso lidar com eles com muita souplesse. Esquecem-se que a maior parte da formação do seu staff foi financiada pelos nossos impostos e quando precisamos muito deles batem-nos com a porta na cara! Que grande ingratidão!!