A Assembleia do Livre para decidir a retirada de confiança política à sua deputada única, Joacine Katar Moreira, na sequência da votação do IX Congresso do partido, foi adiada para quinta-feira, estando inicialmente prevista para esta segunda-feira.
Fonte do partido tinha adiantado à agência Lusa que esta reunião do novo órgão máximo entre congressos iria decorrer esta segunda-feira em Lisboa. No entanto, de acordo com informação na página oficial do partido, a 44.ª Assembleia do Livre, “com caráter extraordinário e urgente”, foi agendada para quinta-feira.
Entre os pontos da reunião está a “deliberação sobre a Resolução da 42ª Assembleia de retirada de confiança na DURP decorrente do votado no IX Congresso do Livre”.
Logo no início do encontro, será votado o “caráter reservado” desta reunião, para além da eleição da mesa da Mesa da Assembleia e a informação de renúncia do membro da Assembleia eleito Tiago Charters de Azevedo.
Esta reunião acontece depois de um congresso que decidiu adiar uma decisão sobre a retirada da confiança política a Joacine Katar Moreira, que se exaltou e chegou a acusar elementos do partido de mentirem.
Na reunião magna realizada nos dias 18 e 19, esteve em debate uma resolução da anterior Assembleia do Livre que propunha a retirada da confiança política à única deputada que o partido conseguiu eleger nas legislativas de 6 de outubro passado.
Apesar da polémica com a direção do partido, que se prolonga quase desde o início da legislatura, Joacine Moreira já garantiu estar “completamente fora de questão” renunciar ao mandato e deixar a Assembleia da República.
Por proposta de Ricardo Sá Fernandes, do Conselho de Jurisdição, o congresso decidiu adiar uma decisão sobre Joacine Moreira e remetê-la para os novos órgãos do partido.
O diferendo entre a deputada e os órgãos dirigentes do partido surgiu logo no início da legislatura após Joacine Moreira ter decidido abster-se num voto de condenação por “mais uma agressão israelita em Gaza” apresentado pelo PCP e não mais parou.
Na primeira intervenção que fez ao congresso, a seu pedido, Joacine Moreira disse estar “de consciência tranquilíssima”. Numa segunda intervenção, reagindo a críticas de que não coordena a sua atividade com a direção do partido, a deputada exaltou-se e disse: “Isto é inadmissível, isto é mentira, tenham vergonha, mentira absoluta!“, batendo no púlpito onde subiu para reagir às considerações contidas na resolução da 42.ª Assembleia do partido.
O órgão máximo entre congressos alegou, na resolução, dificuldades de comunicação entre a direção do Livre e a deputada, bem como não ter acatado indicações quanto ao Orçamento do Estado e a sua votação na generalidade.
O fundador do partido Rui Tavares, membro da Assembleia, votou a favor da resolução naquele órgão e no congresso votou pelo adiamento da decisão em relação à confiança política em Joacine Moreira, ao lado da deputada e de Ricardo Sá Fernandes.
O Livre poderá tornar-se no primeiro partido a ficar sem representação no parlamento, excluindo eleições, se retirar a confiança a Joacine Moreira e esta decidir passar a deputada não inscrita.
O percurso de Joacine desde que se tornou deputada eleita tem sido marcado por polémicas. Na origem da discórdia entre a deputada e o seu partido, o Livre, esteve a abstenção da deputada numa votação de condenação de uma ação militar de Israel na Faixa de Gaza.
A deputada do Livre assumiu “toda a responsabilidade” do voto, afirmando que o fez contra o que acredita, e atirou as culpas ao partido por “dificuldade de comunicação” entre a própria e a atual direção do Livre.
Depois dessa polémica, nos corredores do Parlamento, Joacine não respondeu a perguntas. Seguiu acompanhada pelo assessor, Rafael Esteves Martins, e escoltada por um segurança, que tentou afastar os jornalistas. Entretanto, a tensão agravou-se ainda mais quando a deputada falhou o prazo de entrega do projeto de lei sobre a nacionalidade, uma das principais bandeiras do partido.
ZAP // Lusa
Será que nem para tomar uma decisão mais que óbvia têm competências?
Salvo uma pequena bolsa de “Papoilados”, insignificante, muitos já viraram as costas ao partido. Certo é que os Portugueses já a muito (graças a vossa prima-dona) já vos retiraram a todos vós TODA a confiança !
Estes gajos são livres de fazerem o que bem lhes apetecer. E o mesmo é válido para os eleitores nas próximas eleições.