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Principal opositor de Putin assassinado a tiro junto ao Kremlin

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Ilya Schurov / Wikimedia

Boris Nemtsov, principal opositor do presidente russo Vladiimr Putin

Boris Nemtsov, líder da oposição ao presidente russo, foi na noite desta sexta-feira assassinado a tiro, em pleno centro de Moscovo, anunciou a polícia da capital.

O presidente Vladimir Putin já reagiu, considerando o assassínio “uma provocação”.

Boris Nemtsov passeava a pé com uma jovem na Grande Ponte de Pedra, nas proximidades do Kremlin, quando “lhe dispararam quatro tiros nas costas, causando a sua morte”, disse uma porta-voz do Ministério do Interior russo, Elena Alexeeva, à cadeia de televisão Russia 24.

Várias pessoas foram testemunhas do assassinato, adiantou a polícia, citada pela agência noticiosa RIA Novosti.

“Estou a ver, à minha frente, o corpo de Boris. Estão muitos polícias à sua volta”, disse uma pessoa próxima de Nemtsov, o opositor Ilia Iachine, à Ria Novosti.

No local encontravam-se uma dezena de viaturas e ambulâncias, com os polícias a bloquearem o acesso, como testemunhou uma jornalista da agência noticiosa AFP.

Três horas antes de ser assassinado, Boris Nemtsov apelou aos ouvintes de uma rádio moscovita a manifestarem-se, num discurso crítico sobre a Ucrânia e o Presidente Vladimir Putin.

Durante 45 minutos, Boris Nemtsov apresentou as suas propostas para “mudar a Rússia” à rádio Ekho Moskvy.

Boris Nemtsov tinha 55 anos. Foi vice-primeiro ministro do governo do presidente Boris Yeltsin, tendo na altura sido considerado um possível candidato à presidente. Desde o início da presidência de Vladimir Putin, Nemtsov posicionou-se como um crítico activo da sua actuação.

Depois de sair do parlamento, em 2003, ajudou a criar e liderou vários partidos e grupos da oposição.

Era desde 2012 presidente do RPR/PARNAS, Partido Republicano da Rússia / Partido da Liberdade Popular.

Assassinato foi “minuciosamente planeado”

A morte do antigo vice-primeiro-ministro foi “minuciosamente planeada”, adiantaram este sábado os investigadores da comissão responsável pela investigação.

“Não há qualquer dúvidas de que este crime foi minuciosamente planeado, tal como o lugar escolhido para o assassínio”, na Ponte de Pedra, mesmo ao lado do Kremlin, adiantou a comissão de investigação, em comunicado.

“Tudo indica que a arma usada terá sido uma pistola Makarov”, um revólver utilizado pelas forças policiais e pelo exército russo“, prossegue o texto.

Os investigadores encontraram também no local do crime seis cápsulas de munições de calibre 9 mm, provenientes de diferentes fabricantes, o que torna mais difícil rastrear a sua origem.

“Boris Nemtsov dirigia-se com a sua companheira para casa, localizada próximo do local do crime. É evidente que os organizadores e os autores do crime estavam informados do seu trajeto“, concluiu a comissão responsável pela investigação.

Segundo o comunicado, testemunhas do crime foram já interrogadas pelos investigadores.

/Lusa

2 Comments

  1. Isto sim, é uma Politica Patriótica e de Esquerda. Os que antes da queda do muro de Berlim não sabiam o que era o Comunismo (coitados tão ingénuos e mal informados) podiam s pronunciar-se agora, mas não convém.

  2. Isto sim é uma ditadura no seu melhor! Há alguma diferença que diga que é de esquerda ou de direita? Se há não se nota! O que sobressai são as declarações de um ditador, dirigente máximo de um país dito civilizado, que são de um cinismo e de um faraisaísmo, que se não estivesse em causa a morte de um ser humano, seriam para rir.

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