O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou este sábado que Boris Nemtsov, opositor do regime do Kremlin, que foi assassinado na sexta-feira, lhe tinha dito recentemente que planeava tornar públicas provas convincentes da ingerência militar russa na Ucrânia.
“Há umas semanas falámos sobre como edificar as relações entre a Ucrânia e a Rússia, da forma como gostaríamos que fossem. Boris disse-me que ia revelar publicamente provas convincentes da participação das forças armadas russas na Ucrânia”, afirmou Petro Poroshenko à comunicação social ucraniana.
Segundo o chefe de Estado da Ucrânia, “alguém” tinha muito medo de que isso acontecesse.
“Boris não tinha medo. Os executores tinham medo e por isso o mataram”, realçou.
Poroshenko destacou que Boris Nemtsov era “um grande amigo da Ucrânia e um grande patriota da Rússia”, uma pessoa que “fazia a ponte” entre os dois Estados.
“Este domingo ele ia encabeçar uma marcha de grandes dimensões em Moscovo para demonstrar que existe outra Rússia, que quer a Ucrânia, que respeita os direitos humanos e para quem a palavra ‘liberdade’ tem significado”, revelou.
Boris Nemtsov, de 55 anos, presidente do Partido Republicano da Rússia, considerado o principal opositor de Vladimir Putin, foi assassinado na noite de sexta-feira quando passeava perto do Kremlin.
Entre os vários cargos políticos ocupados por Nemtsov estão o de governador da região de Nizhny Novgorod, no centro da Federação Russa, deputado e vice-primeiro-ministro no final dos anos 1990, sob a presidência de Boris Yeltsin.
Depois de sair do parlamento, em 2003, ajudou a criar e liderou vários partidos e grupos da oposição.
/Lusa
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