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Portugal pode enfrentar novo pico de covid-19 em novembro

Jean-Christophe Bott / EPA

Se Portugal continuar a seguir o atual modelo, pode enfrentar um novo pico de covid-19 já em meados de novembro, alerta um especialista em Saúde Pública.

O número de casos diários de covid-19 continua a aumentar em Portugal, superando as 2 mil infeções e batendo novos recordes. Em contrapartida, a taxa de mortalidade está em níveis inferiores aos do início da pandemia. Em declarações à revista Visão, o especialista em Saúde Pública, Henrique Lopes, prevê que Portugal enfrente um novo pico de covid-19 em meados de novembro.

A taxa de mortalidade vai aumentar porque o número de novos casos está a aumentar muito ainda. É impossível saber até quando, porque o RT (indicador que define o grau de transmissibilidade de infeção) não para de aumentar. Era preciso que estabilizasse, mesmo que acima de 1″, disse, por sua vez, Manuel Carmo Gomes, professor de Epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

“Há 15 dias prevíamos que, no fim de outubro, estivéssemos na casa dos três mil novos casos diários. Desde a semana passada já estamos a apontar para 3.500. Há duas semanas, pelo menos, que estamos a ver um sinal do aumento das mortes por covid-19. A mortalidade tem diminuído, se dividirmos o número de mortos, pelo número de infetados, já está na zona dos 2%, quando ao início esteve nos 4%. Mas estes 2% são de um número maior de doentes, logo em termos absolutos aumenta na mesma“, acrescentou.

Henrique Lopes sugere que nas próximas semanas vamos viver “momentos complexos”, com um segundo pico previsto entre 18 e 28 de novembro.

O especialista explica que há várias razões para o menor número de óbitos por covid-19. Inicialmente, a doença afetou principalmente populações mais idosas, espalhando-se depois a pessoas mais jovens. Além disso, a cagar viral dos infetados é mais baixa e a abordagem nos cuidados intensivos melhorou significativamente.

“Hoje, 98% dos doentes estão em casa, ao início da pandemia não. O primeiro grupo de pessoas que foi levado para o Hospital Pulido Valente, em Lisboa, foi apenas para fazer isolamento, ficaram confinadas cerca de dez dias”, salienta o especialista.

ZAP //

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