As instalações da polícia de Grenoble, em França, que investiga o desaparecimento de Maëlys de Araújo, foram alvo de um incêndio de origem criminosa que destruiu provas do caso. Entretanto, as autoridades seguem uma nova pista em busca de ADN da menina luso-descendente, que está desaparecida há um mês.
Um mês depois do desaparecimento de Maëlys de Araújo, durante uma festa de casamento em Isère, na região Auvérnia-Ródano-Alpes, em França, ainda não há sinal da criança de 9 anos, filha de um português.
A polícia de Grenoble, que está a investigar o caso, tem 12 detectives dedicados a tempo inteiro ao desaparecimento de Maëlys e recebeu, segundo a BFMTV, reforços de especialistas de identificação criminal de outras forças policiais francesas.
E enquanto continuam as buscas por Maëlys, com helicópteros e cães pisteiros, os investigadores estão à procura de vestígios de ADN da criança nas águas residuais colectadas na estação de serviço onde o suspeito lavou o carro, na tarde a seguir ao desaparecimento.
Nordahl Lelandais, um ex-militar de 34 anos, continua detido e as autoridades estão convencidas de que ele é responsável, total ou parcialmente, pelo desaparecimento da criança.
A BFMTV refere que, depois de terem encontrado vestígios de ADN de Maëlys no carro do suspeito, os investigadores procuram, agora, sinais genéticos da menina também nos vestígios dos esgotos e das graxas automóveis provenientes da estação de serviço.
Lelandais terá passado uma hora e meia a limpar o carro, segundo os média franceses. Terá inclusive limpado a mala da viatura com um produto habitualmente usado para polir as jantes e que tem a particularidade de repelir o odor dos cães.
Interrogado pela polícia, o ex-militar assegurou que tal empenho na limpeza se deveu ao facto de querer vender o carro, o que foi confirmado por um potencial vendedor.
Entretanto, a polícia desmentiu a informação, divulgada por um jornal francês, de que o carro do suspeito teria sido apanhado num radar de velocidade, na noite do desaparecimento da criança.
Todavia, as contradições do suspeito, no interrogatório de que foi alvo, levam as autoridades a acreditar que ele é culpado.
Incêndio destruiu provas secundárias do caso
Na noite de quinta-feira passada, um fogo destruiu instalações da polícia de Grenoble, atingindo alguns locais técnicos que continham provas, como confirma à FranceInfo o Procurador do Ministério Público responsável pelo caso, Jean-Yves Coquillat.
“Trata-se de um pequeno número de provas. Estas provas eram, de facto, secundárias e não apresentavam interesse maior. Neste tipo de inquérito, aproveitamos quase tudo”, salienta Coquillat.
“Os elementos do dossier Maëlys não se encontravam lá, felizmente, estavam noutro lado, nomeadamente o carro do suspeito. Todas as provas importantes são enviadas para laboratórios”, refere, por outro lado, o Ministério Público de Grenoble, também citado pela FranceInfo.
Além das provas secundárias, o incêndio destruiu diversos automóveis apreendidos que se encontravam parqueados nas instalações, mas o veículo do suspeito, um Audi A3 onde foram encontrados vestígios do ADN de Maëlys, não foi atingido pelas chamas.
O incêndio foi, entretanto, reivindicado por uma organização anarquista que diz estar “em solidariedade com oito réus que estão a ser acusados de ter incendiado um carro da polícia e terem agredido dois agentes da durante uma manifestação”.
Maëlys de Araújo
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A vida está cada vez mais bela para os criminosos quer cá quer por outros lados, estamos a ficar todos prisioneiros de malfeitores com o apadrinhamento dos políticos!