A ministra da Saúde falou numa conferência de imprensa, esta segunda-feira, depois de uma reunião com a task-force responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19.
Numa conferência de imprensa depois da reunião com a task-force responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19, Marta Temido começou por anunciar que o país recebeu uma nova entrega de vacinas da Pfizer: mais 99.450 doses.
O país já recebeu, ao todo, cerca de 411.600 doses da vacina, doses essas distribuídas entre o continente e os dois arquipélagos e que correspondem às vacinas de duas farmacêuticas: Pfizer e Moderna. Até às 19h00 deste domingo, explicou a governante, tinham sido realizadas cerca de 255.700 mil inoculações.
Posto isto, a ministra revelou que, se tudo correr como previsto, deverão estar vacinados, até ao final deste mês, cerca de 100 mil profissionais de saúde.
Até hoje, 25 de janeiro, já foram vacinados cerca de 160 mil pessoas, entre profissionais de saúde e residentes em estruturas residenciais para idosos e estruturas da rede nacional de cuidados continuados integrados, “prevendo-se que esta semana termine conforme planeado a vacinação destas estruturas, de acordo com o objetivo que tínhamos fixado”, referiu ainda.
A governante diz que se segue, assim, tal como previsto, a vacinação dos outros serviços considerados essenciais, como profissionais da emergência pré-hospitalar, designadamente bombeiros, profissionais de serviços essenciais e forças de segurança, mas também titulares de órgãos de soberania. A vacinação destes grupo irá iniciar-se a partir “da semana que vem”, revelou Temido.
Na próxima semana, vai ainda ser iniciada a vacinação de pessoas com mais de 50 anos e com pelo menos uma das comorbilidades identificadas como sendo de risco para o internamento por covid-19 ou associadas a um “desfecho fatal” face a esta doença.
A titular da pasta da Saúde lembrou que as comorbilidades em causa são doença coronária, insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou doença pulmonar obstrutiva crónica, o que diz respeito a um universo de cerca de meio milhão de pessoas.
Plano revisto para incluir pessoas com mais de 80 anos
Temido referiu ainda que, no quadro dos objetivos da Comissão Europeia, se está a trabalhar para apressar o ritmo da vacinação no espaço europeu. Até março, o objetivo é que todos os Estados-membros tenham vacinado pelo menos 80% dos seus profissionais de saúde e da ação social, mas também pelo menos 80% das pessoas com mais de 80 anos.
Neste contexto, explicou a ministra, “o Ministério da Saúde e as suas estruturas estão a trabalhar na atualização do plano de vacinação, prevendo-se que ainda hoje, ou esta semana, esta fique concluída de forma a ter este novo grupo, que acresce aos que já estavam definidos”.
Relativamente às dúvidas que têm sido colocadas devido ao cumprimento do 21.º dia entre as duas doses da vacina, Temido afirmou que a Pfizer “refere especificamente que a segunda dose deve ser feita a partir do 21.º dia“.
A ministra sublinhou os ensaios clínicos conhecidos, que falam num intervalo entre 19 e 42 dias, e embora reconheça que alguns países “estão a usar intervalos superiores aos 21 dias”, assegurou que Portugal “continua a fazer os 21 dias de intervalo entre as tomas”.
“Pedimos avaliação à Agência Europeia do Medicamento (EMA), juntamente com outros países, para apreciação deste tema, mas ainda não temos uma recomendação”, declarou a governante, admitindo manter “aquilo que é a observância da informação que consta no resumo das características do medicamento”.
Situação nos hospitais é “real e preocupante”
Questionada pelos jornalistas sobre a situação de sobre-esforço nos hospitais do SNS, Temido diz que esta é efetivamente é “real, evidente e preocupante”, acrescentando que o ministério tem acompanhado diariamente a capacidade dos hospitais.
A ministra assegura que continuam a procurar o “alargamento de respostas”, mas que isso “não invalida o que é a elevada pressão e preocupação que todos os profissionais e estruturas hospitalares têm mostrado nos últimos dias”.
“Os hospitais escalaram ao máximo os seus planos de contingência e ultrapassaram já muito esses planos. Temos de continuar a aumentar este esforço e fazer a afetação de recursos à resposta covid-19”, disse ainda.
“Continuamos a trabalhar com outros operadores no sentido de melhorar as respostas”, continuou, referindo-se às instituições dos grupos privados, concretamente na zona de Lisboa e Vale do Tejo, que estão a trabalhar com o ministério no sentido de abrir mais camas daquelas que tinham convencionado inicialmente, incluindo camas de cuidados intensivo”.
“Continuamos a trabalhar no sentido de uma melhor gestão daquilo que são os internamentos e de um encaminhamento eficiente dos doentes que estão internados em hospitais para outras respostas, sejam as estruturas de retaguarda, sejam os próprios domicílios”.
“Isso não invalida que a situação não seja muitíssimo difícil e exigente. Os utentes que tenham de se dirigir a serviços de saúde façam-no, (…) mas tenham em conta que, para os sintomas respiratórios que não sejam críticos, a porta de entrada preferencial são os centros de saúde. Se houver necessidade serão encaminhados para os hospitais. Neste momento, precisamos do esforço de todos durante mais uma semana, mais 10 dias, para vencer este momento ainda crítico”, apelou.
Questionada sobre os relatos de vacinas desviadas, Temido assegurou que foram discutidos mecanismos nesta reunião que irão ser estabelecidos “para a avaliação de situações de desvio”.
Esses mecanismos, explicou, vão garantir que estas situações são “evitadas” e que, acontecendo, “são objeto da necessária censura, caso se constate que correspondem a situações de vacinação indevida”. “Mais do que tudo, é a censura social que deverá prevalecer”, afirmou Temido.
Relativamente às questões das variantes, a governante referiu que “Portugal está com uma prevalência significativa de circulação da variação inglesa”, acrescentando que já foi identificado um caso da variante sul-africana.
Temido disse que, a 12 de fevereiro, “teríamos cerca de 8% desta variante a circular”, sendo que, uma semana depois, a percentagem chega quase aos 20%. As estimativas do INSA apontavam, na semana passada, para “60% de predominância desta variante nos casos de covid-19, (…) o que é muito preocupante em função da sua elevada transmissibilidade”.
Estava a ver que não…
Os politicos deixarem-se de fora dos 1.º a receber as vácinas…
um tesoureiro ou um secretário de junta já vai ter direito pois é extremanente relevante para a soberania nacional….
Pelo andar da carruagem (160.000 pessoas vacinadas num mês) serão necessários 62 meses (=5 anos) para vacinar a população toda de Portugal. E não é por falta de vacinas, pois já chegaram 411.000 doses…
O que vale é que a DGSaúde e o Ministério da Saúde tinham tudo bem organizado e preparado – que faria se não tivessem.
Para os políticos a primeira dose deve ser contra a aldrabice e deverá ser reforçada por precaução!
Aldrabice – vigarice.
Reforço com precaução – mais vigarice.
Tenho 81 anos, sou médico reformado o SNS, sofro de Fibrilhação Auricular, DPOC, resido em Alfornelos e a responsável pelo C.Saúde conhece o relatório médico que lhe enviei para que fosse vacinado na 1ª fASE, não sei de que está à espera para marcar a data da minha vacinação??
Quer que fale com alguém? Sou enfermeiro. 🙂