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PGR do Brasil acusa político de ser mentor do homicídio de Marielle

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jeso.carneiro / Flickr

A vereadora brasileira Marielle Franco

A Procuradoria Geral da República do Brasil apontou o empresário e político Domingos Brazão como mentor dos homicídios da vereadora e ativista Marielle Franco e do seu motorista.

Os documentos do Ministério Público brasileiro indicam que os procuradores enviaram o nome de Domingos Brazão, empresário e ex-deputado estadual, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o segundo tribunal hierárquico do país.

De acordo com um documento citado pelo UOL, Brazão, que até agora era testemunha no processo, foi o “arquiteto” do crime cometido sobre a vereadora e, “visando permanecer impune, planeava a divulgação de uma notícia falsa sobre os responsáveis pelo homicídio”.

O documento foi assinado pela então procuradora-geral brasileira, Raquel Dodge, antes de deixar o cargo em setembro. Esta foi a primeira vez que uma autoridade se pronunciou sobre o suposto autor intelectual do crime, após um ano e meio de investigações.

Segundo Dodge, Brazão e quatro outras pessoas procuraram testemunhas para fornecer informações falsas para “obstruir” e “desviar” as investigações realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e que poderiam identificar o empresário e deputado regional “como mentor intelectual do crime”.

Em 3 de outubro, quatro novos suspeitos de terem participado no assassínio da vereadora e do seu motorista foram detidos pelas autoridades, incluindo a mulher e o cunhado do polícia acusado de disparar contra o ativista.

Em março, um ano após o homicídio, os ex-polícias Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz foram detidos e formalmente acusados de terem sido os autores materiais do crime.

Lessa, um agente reformado da Polícia Militar, foi acusado de disparar contra a vereadora e Viera de Queiroz, o motorista. A mulher de Lessa, Elaine Lessa, e o cunhado, Bruno Figueredo, juntamente com Márcio Montalvo e Josinaldo Freitas, foram detidos no início de outubro, suspeitos de serem cúmplices no desaparecimento de várias armas usadas pelo grupo, incluindo a aquela que foi utilizada para assassinar a ativista.

A 18 de setembro, no seu último dia na liderança do Ministério Público do país, a então procuradora-geral da República brasileira já tinha denunciado irregularidades na condução do caso do homicídio de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Raquel Dodge, que concluiu o mandato de dois anos na liderança do Ministério Público Federal, anunciou ainda à imprensa brasileira que acusou Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro afastado do cargo, como responsável por impedir o desenvolvimento da investigação.

Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e defensora dos direitos humanos, e o seu motorista Anderson Gomes, foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, quando viajavam de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de a ativista ter participado num ato político com mulheres negras.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Vai frouxa e xōxa a investigação. Tantas “Marielles” de ambos os sexos, cidadãos comuns vítimas desta narcorrupto subdesenvolvida democracia jazem no silêncio da injustiça e desigualdade ( até destaques com Celso Daniel, Toninho,….)

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