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PCP também não quer assessores do Governo como interlocutores

António Pedro Santos / Lusa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa

Na opinião de Jerónimo de Sousa, o Governo tem o direito de se rodear de assessores e especialistas, mas “deve ser sempre alguém do Governo” a discutir com os partidos na Assembleia da República.

O secretário-geral do PCP afirmou, esta segunda-feira, em Setúbal, que o relacionamento institucional dos comunistas continuará a ser feito com os membros do Governo, independentemente dos assessores contratados pelo executivo socialista.

“Da parte do PCP, é claro que, em relação ao programa de estabilização, é fundamental que seja discutido na Assembleia da República e, simultaneamente, no plano das relações do Governo com os partidos”, disse Jerónimo de Sousa durante uma visita a uma escola básica da Brejoeira, em Azeitão.

“O Governo pode rodear-se de assessores, de especialistas – está no seu direito – mas estamos a falar do relacionamento institucional, da sede (Assembleia da República) onde as coisas vão ser discutidas e resolvidas. Entendemos que deve ser sempre alguém do Governo”, acrescentou o responsável partidário.

Jerónimo de Sousa reagiu desta forma à decisão do Governo, já confirmada pelo primeiro-ministro, de indicar o gestor da petrolífera Partex António Costa e Silva para “coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica”, trabalho que deverá estar concluído até à aprovação do Orçamento Suplementar.

O PSD, Bloco de Esquerda, CDS-PP e PAN já tinham recusado qualquer possibilidade de terem António Costa e Silva como interlocutor, exigindo que o diálogo institucional continue a ser feito, como sempre, com os membros do Governo.

“Não fomos perdidos nem achados. Da nossa parte nunca sentimos necessidade de um ministro ser substituído por um assessor. São critérios que o Governo terá, mas continuamos a dar prevalência ao relacionamento institucional”, esclareceu Jerónimo.

Em relação ao programa de recuperação económica, a criação de emprego, o salário pago na totalidade e o combate à precariedade das relações laborais deveriam ser algumas das grandes prioridades, no entender do líder comunista.

ZAP // Lusa

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