Paulo Coelho quer exibir o filme cancelado por ameaça de hackers

O escritor brasileiro Paulo Coelho

O escritor brasileiro Paulo Coelho, que vive na Suíça, quer exibir gratuitamente no seu blog o filme “A Entrevista”, que segundo os trailers contém uma cena com a morte do actual líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, mesmo correndo o risco de sofrer um ataque de hackers norte-coreanos.

Recentemente, centenas de salas em todo o mundo retiraram o filme de cartaz, depois de uma ameaça de ataques terroristas aos cinemas que exibissem a comédia.

Na sequência desta decisão das salas de cinema, a SONY Pictures decidiu cancelar a estreia do filme, marcada para 25 de dezembro em todo o mundo.

O nervosismo com a exibição do filme seguiu-se após avisos de um grupo de “hackers”, intitulado Guardiões da Paz, que evocaram o 11 de setembro de 2001, nos EUA, como aviso para quem queira ir ver o filme.

Numa mensagem escrita, o grupo diz que um “amargo destino” espera quem for ver o filme.

O escritor brasileiro Paulo Coelho, entretanto, já saiu em defesa da liberdade criativa e artística.

Citado pelo jornal O Globo, Coelho diz que este é “um precedente terrível: uma ameaça que dá resultado”.

No seu Twitter, o escritor lembrou que “ou defendemos os nossos valores ou não merecemos a liberdade”, mas foi mesmo mais longe e lançou uma oferta à SONY Pictures: 100 mil dólares pelos direitos de exibição do filme no seu blog.

I offer @SonyPictures 100k for the rights of “The Interview” I will post it free on my blog. Pls get in touch with me via @SonyPicturesBr

— Paulo Coelho (@paulocoelho) December 18, 2014

Mas a iniciativa de Paulo Coelho não é a única.

Segundo a RVR, também o escritor George R.R. Martin, criador da saga “As Crônicas de Gelo e Fogo”, base para a série “Game of Thrones”, pretende disponibilizar o seu cinema Jean Cocteau em Nova York para exibir “A Entrevista”.

“Essas gigantescas empresas, que muitas delas poderiam comprar a Coreia do Norte com uns trocos, estão a recusar-se a exibir um filme porque Kim Jong-um não quer ser ridicularizado?”, pergunta o escritor norte-americano.