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Passos guarda zanga na gaveta e cola-se a Marcelo num aviso a Costa

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PSD / Flickr

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cumprimenta Pedro Passos Coelho na cerimónia de tomada de posse

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cumprimenta Pedro Passos Coelho na cerimónia de tomada de posse

Marcelo Rebelo de Sousa e Passos Coelho só falaram a sós por uma vez, nos primeiros seis meses de mandato do Presidente da República, mas revelam absoluta concordância quanto à necessidade que o país tem de “crescer” em termos económicos.

“As finanças estão controladas, agora é preciso crescer“, avisa Marcelo Rebelo de Sousa numa declaração enviada ao jornal Expresso, no âmbito dos seus primeiros seis meses de mandato.

Nessa nota, o Presidente da República diz que acredita no cumprimento do défice de 2,5%, mas alerta o ministro das Finanças de que “sem investimento público e privado não há crescimento”.

Palavras que coincidem com as que Passos Coelho proferiu durante uma visita à Festa do Leitão, em Águeda, na sexta-feira.

“O país precisa de controlar bem a sua dívida e de uma abordagem da economia que seja favorável ao crescimento”, salienta o líder do PSD em declarações divulgadas pela TSF, vincando que esse “crescimento não tem estado a ocorrer”.

“O Presidente da República já disse isso: precisamos de disciplina orçamental sem esquecer os que estão em maiores dificuldades”, destacou também o dirigente social-democrata, fazendo assim questão de colar o seu discurso ao de Marcelo.

Autárquicas podem colocar zanga com 20 anos na gaveta

As relações entre Passos e Marcelo não são exactamente próximas e o Expresso trata de destacar que os dois “só falaram a sós uma vez em 6 meses”, desde que o ex-líder do PSD está na Presidência da República.

Passos chegou a referir-se ao Presidente como “Dr. Rebelo de Sousa” e os dois homens terão uma zanga latente desde 1996, após um congresso do PSD em Santa Maria da Feira, por razões que não se conhecem, reporta um artigo do Diário de Notícias.

Mas, após ser muito criticado pela sua estratégia política e, nomeadamente, pelo distanciamento que tem tido de Marcelo, Passos poderá agora, estar a tentar mudar a bitola, no sentido de uma aproximação. Eventualmente, a pensar nas eleições autárquicas de 2017 que vão ser um grande teste para o PSD.

Costa “goleia” Passos e PS alarga vantagem

A popularidade de Passos anda pelas ruas da amargura e uma sondagem da Aximagem para o Jornal de Negócios vem cotar António Costa como o líder mais popular com uma avaliação positiva de 13,1 pontos.

Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, soma 11,3 pontos e Jerónimo de Sousa, do PCP, consegue 10,1 pontos, enquanto Assunção Cristas, do CDS, averba 9,6 pontos e Passos apenas 6,5 pontos.

Na mesma sondagem, 57,3% dos inquiridos disseram ter mais confiança em Costa como primeiro-ministro, enquanto apenas 31,2% escolheram Passos.

Entre Julho e Setembro, o PS aumentou para 39,8% as intenções de voto dos portugueses, contra apenas 30,1% do PSD, de acordo com a mesma sondagem que atribui 10,6% ao Bloco de Esquerda, 6,6% à CDU e 4,6% ao CDS.

Marcelo Rebelo de Sousa, recebe uma votação esmagadoramente positiva, conforme aponta o Jornal de Negócios, notando que somente 4,4% consideram o seu desempenho na Presidência “assim-assim” e 3,1% o classificam como “mau”.

SV, ZAP

6 Comments

  1. Há coisas que tarde ou nunca se endireitam, lá diz o povo, com razão.
    Este Passos Coelho, mestre da “pirueta”, está a tornar-se num politico digno de anedota.

  2. “As finanças estão controladas” disse Marcelo.
    Que chatice! terá pensado Passos (e o resto da direitalha ).

    Agora resta-lhe engolir o sapo, tentando aproximar-se de Marcelo, pra ver se assim consegue envenenar a boa relação que até agora tem existido entre o Costa e o Marcelo.

    Politica a quanto obrigas!

  3. Este Passos nem tenta disfarçar a vira-casaquice oportunista. Agora já dá jeito fazer as pazes com Marcelo. Aliás, isto vai ser só ver agora a direita a arrastar a asa num esforço de alavancagem politica neste momento de zanga de Marcelo com o Governo.

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