Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, avisou que ainda “está tudo em aberto”, mas admite que o partido poderá votar contra a proposta do Governo.
Questionada pelos jornalistas sobre se o PAN admite votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022, Inês Sousa Real disse que, “neste momento, está tudo em aberto, ou seja, tendo em conta aquela que tem sido a postura do Governo, está tudo em aberto neste momento”, avança o Público.
Em entrevista à Lusa, a porta-voz do PAN salientou que “este não é um Orçamento qualquer” e que “é importante que o Governo tenha a consciência de que não pode partir para a mesa do diálogo na mesma perspetiva que partiu em anos anteriores”.
“Este Governo tem a forte responsabilidade de estar aberto à opinião das demais forças políticas, não estar de costas voltadas e não fazer aquilo que fez em 2021 que foi apresentar um Orçamento praticamente só do PS, portanto que não tinha qualquer tipo de consideração ou espelho por parte daquilo que eram as propostas das restantes forças políticas”, sublinhou.
Para Inês Sousa Real, o próximo Orçamento “vai lançar as bases daquela que é uma recuperação económica para o país, mas também necessariamente a transição energética e ambiental que tem que acontecer, e para isso é necessário ouvir vozes de partidos como as do PAN”.
“Caso não o faça, de facto vai ter a vida muito dificultada, porque não vislumbro um grande futuro para o PS se não souber estar mais próximo, mais dialogante com as restantes forças da oposição”, acrescentou.
Apesar do aviso, a líder referiu que PAN e PS ou Governo ainda não se reuniram no âmbito do OE2022. À semelhança dos comunistas, o PAN considera que “qualquer negociação tem que ser precedida da execução das medidas que ficaram aprovadas no Orçamento do Estado de 2020 e 2021”.
Sobre as eleições autárquicas, Inês Sousa Real disse que o partido vai ter candidaturas autárquicas nos municípios onde já tem “trabalho feito” e recusou apresentar candidatos “só para marcar presença”.
“Tendo em conta aquilo que nos parece que tem de ser um processo responsável, à partida o número não será muito superior a estas que já apresentámos”, adiantou.
Nas últimas eleições autárquicas, o PAN conseguiu representação em 22 concelhos (26 elementos em assembleias municipais e seis em assembleias de freguesia) e, em meados de junho, a porta-voz indicou que a Comissão Política Nacional já validou 42 candidaturas.
As candidaturas do PAN às autárquicas serão na sua “grande maioria” autónomas, mas há também três coligações, nos municípios do Funchal (com PS, BE, MPT, PDR e Nós, Cidadãos!), Cascais (com PS e Livre) e Aveiro (com PS).
Esta segunda-feira, o partido dá início às suas primeiras jornadas parlamentares, num modelo misto através da Internet e também presencial, na zona de Leiria, e tendo como foco o ambiente e a resposta à crise climática.
Em declarações à Lusa, a líder referiu que as primeiras jornadas parlamentares que o PAN organiza “vão ser muito focadas nesta preocupação ambiental” e vão ter “um conjunto de intervenções ao longo destes dois dias e também de formação”, contando com a “participação de diferentes especialistas que trabalham nestas áreas, do arvoredo, gestão florestal e matérias relacionadas com o mar”.
ZAP // Lusa
OE2022
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