Os ministérios do Mar e da Economia são quem mais ganha com o Orçamento de Estado para 2020, que foi esta segunda-feira entregue na Assembleia da República. Em contrapartida, Finanças e Infraestruturas saem a perder.
A análise dos números que constam no documento é apresentada pelo jornal Eco, que dá conta que quase todos os ministérios viram os seus orçamentos a engordar. Contudo, há casos em que o aumento das verbas “esconde” uma fraca execução orçamental de 2019.
O ministério do Mar vai receber receber 134,1 milhões de euros no próximo ano, mais 76% do que o Governo espera que seja gasto no conjunto de 2019.
No entanto, frisa o Eco, este valor orçamentado pode não ser totalmente executado em 2020, tal como aconteceu durante este ano. No orçamento inicial de 2019, a pasta liderada por Ricardo Serrão Santos tinha 127,9 milhões de euros à disposição. Destes, só deverá gastar até ao fim de 2019 76,2 milhões de euros.
Na prática, a verba que cresce no orçamento do Mar já devia ter sido executada em 2019. O valor agora orçamentado para 2020 (134,1 milhões) é apenas mais 4,8% do que o projetado inicialmente no Orçamento de 2019.
Situação semelhante ocorre no ministério liderado por Siza Vieira, que vê o seu orçamento engordar em 2020 28,2% quando comparada com a estimativa de execução para 2019. Porém, a Economia vai gastar em 2019 menos 298,3 milhões de euros do que o valor orçamentado – uma vez mais, os valores não executados no ano corrente pode estar a fazer crescer os orçamentos para 2020.
“Ao comparar o orçamento que Siza Vieira tem em 2020 com o que estava previsto inicialmente em 2019, o crescimento é bem menor que os 28,2% e fica-se por 10,2%”, frisa o jornal de Economia.
Do outro lado da balança, o ministério das Finanças e das Infraestruturas são os que mais perdem quando os valores são comparados ao orçamento de 2018, tendo perdas de 11,1% e de 8,2%, respetivamente. Também o Ministério da Educação vai ter menos 1% no seu orçamento em 2020 do que o Governo prevê gastar em 2019.