Uma equipa de astrónomos da Universidade de Yale capturou uma imagem do cometa interestelar 2I/Borisov no domingo, usando o Observatório WM Keck, localizado no Havai.
De acordo com um comunicado, Gregory Laughlin, professor de astronomia da Universidade de Yale, indicou que o 2I/Borisov está a evaporar-se, à medida que se aproxima do nosso planeta, deixando um rastro de gás e pó por onde passa.
O núcleo sólido do cometa interestelar deverá ter pouco mais de um quilómetro e meio de diâmetro. Segundo os investigadores, quando começou a reagir ao efeito de aquecimento do Sol, o cometa adquiriu uma aparência “fantasmagórica”.
Estima-se que o cometa alcance a sua posição mais próxima do Sol – a cerca de 305 milhões de quilómetros – em meados de dezembro e da Terra no fim deste mês, para depois se distanciar do nosso Sistema Solar.
A equipa de investigadores da Universidade Yale também criou uma ilustração para perceber como é que o nosso planeta seria visto ao lado do cometa. A sua cauda terá quase 160 mil quilómetros de largura, que é a longitude média do diâmetro da Terra. “É surpreendente dar conta do quão pequena é a Terra perto deste visitante de outro sistema”, afirmou o astrónomo Pieter van Dokkum.
O astrónomo amador Guennadi Borísov, residente na Crimeia, detetou o cometa em 30 de agosto usando um telescópio de 0,65 metros de diâmetro fabricado por ele próprio. Este cometa é o segundo objeto interestelar descoberto na história.
Estudos recentes revelaram que o Borisov vem de um sistema binário de estrelas anãs vermelhas localizado a 13,15 anos-luz de distância do Sol. O sistema, onde ainda não foram encontrados exoplanetas, é conhecido como Kruger 60 e localiza-se na constelação de Cepheus.
Os astrónomos estão a aproveitar a “visita de Borisov” para obter valiosas informações sobre a composição dos planetas em sistemas diferentes do nosso.
O primeiro objeto interestelar detetado, o Oumuamua ou “Mensageiro das Estrelas”, está rodeado de mistérios desde o dia em que foi descoberto por astrónomos da Universidade do Hawai, em outubro de 2017.
Depois de constatar mudanças na velocidade do seu movimento, o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian sugeriu que o asteróide poderia ser uma “sonda” enviada à Terra intencionalmente por uma “civilização alienígena”.
No último ano, o mundo da astronomia debruçou-se no estudo do corpo celeste e as mais várias teorias já foram apresentadas em artigos científicos: desde o seu passado violento, passando pela possibilidade de ser um sistema binário, e até o provável local de onde veio o Oumuamua.
Investigadores também sugeriram que milhares de objetos semelhantes ao Oumuamua podem estar presos no Sistema Solar.
O Oumuamua parece ter vindo da direção da estrela brilhante Vega, mas, de acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, os cientistas não acreditam que esse é o local de onde o objeto veio originalmente, sugerindo que provavelmente veio de um recém-formado sistema estelar.