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Costa e Marcelo desalinham. Mas há um assunto fechado: para já, não se fala em desconfinamento

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Manuel de Almeida / Lusa

Na próxima reunião do Infarmed, marcada para a próxima terça-feira, não se falará em desconfinamento. A intenção é mantê-lo durante o mês de março.

Esta quinta-feira, o número de internados graves desceu novamente para 688. Confinar o país trouxe boas notícias em relação aos números da pandemia, mas a pressão sobre as Unidades de Cuidados Intensivos ainda é alta para se começar a pensar em desconfinamento.

Esse foi a mensagem que Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, deu em declarações ao Expresso. No Governo, o assunto parece estar fechado: para já, não se fala em desconfinar.

“A questão das expectativas influencia muito o comportamento das pessoas no dia a dia. Portanto, não vale a pena estarmos a falar em desconfinamento, porque enquanto os números das Unidades de Cuidados Intensivos estiverem como estão não é possível concretizá-lo”, acrescentou a governante.

A posição do Governo, mais discreto, contrasta com a do Presidente da República,que, além de pública, se tornou oficial no decreto do estado de emergência atualmente em vigor.

Além de querer um reforço dos meios de rastreamento e apoios aos setores, Marcelo quer um plano faseado para a reabertura. Mas Costa não quer falar dele já, muito menos em público.

De acordo com o semanário, Marcelo Rebelo de Sousa quer marcar um calendário para o regresso das aulas presenciais, de forma gradual, e fixar marcos de referência com base em critérios científicos para ir planeando o desconfinamento.

Mas as exigências não se ficam por aqui e estendem-se até ao reforço de meios. “Melhorar o rastreio de contaminados, com mais testes e, sobretudo, com mais operacionais”, disse o Presidente da República, numa declaração ao país há uma semana. “Os mecanismos legais existem, mas é preciso acionar meios.”

Marcelo Rebelo de Sousa quer também mais meios para apoiar empresas e famílias no que diz respeito à crise económica e social.

Da mesma forma, a Confederação Empresarial de Portugal defende que o Governo deve levar a cabo um “desconfinamento inteligente“, com o regresso às aulas presenciais em alguns níveis de ensino e o alívio de restrições na restauração. Já a Confederação do Comércio e Serviços entende que o país deve desconfinar “o mais cedo possível”.

Ao Jornal de Notícias, António Saraiva, presidente da CIP, disse que, “neste momento, o que deveríamos fazer era encontrar formas de um desconfinamento inteligente”. A intenção foi transmitida após uma audiência com o Presidente da República, em Belém.

Saraiva insistiu no prolongamento dos apoios às empresas, sobretudo as “mais fragilizadas”, de modo a evitar despedimentos. Sublinhou também a necessidade de utilizar os fundos comunitários em instrumentos produtivos e na recapitalização das empresas.

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), defendeu a abertura do país “o mais cedo possível”, argumentando que o atual confinamento está a causar um “conjunto de problemas graves” às empresas, que disse estarem “exaustas”, “exauridas de meios” e “numa situação muito pior do que há um ano”.

Liliana Malainho, ZAP //

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1 Comment

  1. Que muitas empresas e famílias estão «exauridas» de meios, é notório e a economia portuguesa poderá ser outra, mas não voltará a ser o que era em 2019. E talvez até seja uma vantagem não voltar a ser o que era – havia e ainda há muita coisa inviável, que só um país sem ordenamento e planificação gera.
    Mas quanto ao desconfinamento era bom que deixassem chegar os números da pandemia a patamares muito baixos, até porque as vacinas, segundo consta, protegem por períodos de tempo inferiores a um ano, a média parece ser de 9 meses, o que significa que os vacinados em Janeiro a partir de Outubro voltam a estar desprotegidos. Se calhar o vírus veio para ficar uns anos. Neste contexto, desconfinar as escolas em meados de Março é o mesmo que desconfinar o país, porque implica que as famílias, os alunos e os professores comecem a interagir com grande proximidade e estes com o resto da comunidade, que prestam serviços que começarão a ser requisitados. A possibilidade de contágio começar novamente a subir é enorme e, se isso acontecer, em Setembro/Outubro teremos uma quarta vaga. Será melhor pensar que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém e que o ensino a distância está longe de ser aperfeiçoado, de ser uma ferramenta altamente eficaz e produtiva como realmente pode ser, até porque os “métodos” continuam a ser os do ensino presencial, que provavelmente já só se justifica em casos pontuais, como pessoas com deficiência, etc.

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