Hamas aceita libertar metade dos reféns. Há acordo para cessar-fogo de dois meses em Gaza

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HAITHAM IMAD/EPA

O momento em que militantes palestinianos libertam a refém israelita Arbel Yehud para o Comité Internacional da Cruz Vermelha.

Proposta de cessar-fogo foi aceite sem exigência de alterações, diz fonte do grupo islamita, e prevê a libertação dos reféns mantidos naquele território e a suspensão das operações militares durante 60 dias.

O movimento Hamas aceitou esta segunda-feira uma nova proposta dos mediadores para uma trégua com Israel na Faixa de Gaza, associada à libertação dos reféns mantidos naquele território, segundo um responsável do grupo, citado pela agência francesa AFP.

O grupo islamita palestiniano terá entregue uma resposta a confirmar que aceitou o acordo sem pedir ou exigir quaisquer alterações ao mesmo, avança ainda a Al Jazeera, que também falou com uma fonte que garantiu que “informámos os mediadores sobre a nossa aprovação da sua proposta, apresentada ontem.”

A mais recente proposta de cessar-fogo em Gaza inclui a suspensão das operações militares durante 60 dias, afirma fonte oficial egípcia à Reuters. O período de suspensão implicaria a troca de prisioneiros palestinianos em troca da libertação de metade dos reféns israelitas mantidos em Gaza, disse a fonte.

Os esforços feitos ao longo dos últimos meses pelos mediadores Egito, Qatar e Estados Unidos não conseguiram, até agora, alcançar um cessar-fogo duradouro para a guerra israelita que assola a Faixa de Gaza há 22 meses.

A proposta “assenta no plano do enviado norte-americano [Steve] Witkoff, que prevê uma trégua de 60 dias e a libertação dos prisioneiros israelitas em duas fases”, indicou uma fonte palestiniana próxima do processo.

“A proposta é um acordo-quadro para lançar negociações sobre um cessar-fogo permanente”, acrescentou a mesma fonte, antes de o Hamas anunciar a sua aceitação do acordo.

Segundo uma fonte da Jihad Islâmica, aliada do Hamas, o plano prevê um cessar-fogo de 60 dias em troca da libertação de 10 reféns israelitas e da devolução dos cadáveres de alguns deles.

“Os restantes reféns serão libertados numa segunda fase, seguindo-se negociações imediatas para um acordo mais alargado” para pôr fim à guerra, com garantias internacionais.

Até ao momento, nenhum responsável israelita tinha ainda comentado esta proposta de cessar-fogo apresentada ao Hamas no Cairo.

Esta segunda-feira, o presidente dos EUA Donald Trump escreveu na Truth Social: “só veremos o regresso dos restantes reféns quando o Hamas for confrontado e destruído!!! Quanto mais cedo isso acontecer, maiores serão as probabilidades de sucesso”.

A proposta de paz surge pouco mais de uma semana depois de Israel ter aprovado planos para ocupar Gaza e para duplicar a população à volta da cidade.

Mais de 62 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelita, em outubro de 2023, anunciou esta segunda-feira o Ministério da Saúde do enclave, baseado na contagem dos hospitais que o ministério recolhe diariamente. O balanço atualizado do ministério dá conta também de mais de 156 mil feridos. Mais de 260 pessoas morreram de fome e de desnutrição na Faixa.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Pobres Palestinianos. Estão a ser suprimidos para o país ficar livre para ser ocupado pelos israelitas.
    À semelhança do que os colonos fizeram na América com os índios.
    Quem havia de dizer que, depois de haverem sido perseguidos e chacinados pelos nazis, 80 anos depois os israelitas fariam o mesmo a outro povo. Israel nunca mais será visto da mesma maneira. Passaram de vítimas a algozes. Inqualificável!!!

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