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O número de mortes não pára de subir. Costa pode ter de “puxar o travão de mão” antes do Natal

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António Cotrim / Lusa

Os dados da covid-19 levam a alertas redobrados para uma época tradicionalmente marcada por reuniões familiares e deslocações, que, segundo o Governo, não estão condicionadas. Contudo, António Costa alertou que caso o cenário pandémico piorasse, iria rever as medidas para o Natal.

Ontem foi um dos piores dias da pandemia em Portugal. O país registou o número mais elevado no que toca a mortes provocadas pela covid-19, uma vez que em apenas 24 horas se perderam 98 vidas.

Ainda assim há uma explicação para estes números. De acordo com a ciência “temos de pensar que a mortalidade reflete um atraso que ronda as quatro semanas em relação à onda de novos casos em Portugal”, explica ao jornal Público, Elisabete Ramos, epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

A semana que passou marcou o registo mais elevado de mortes desde o início da pandemia (596) e, se olharmos para os dados desde o início do mês, podemos já contar 1054 mortes em Portugal registadas em pessoas que estavam infetadas com covid-19.

Os números registados nestes últimos dias refletem o pico de novos casos vividos durante o mês de novembro, estando o atraso “dependente do tempo médio de internamento”.

Olhando para os dados divulgados no boletim da DGS de domingo, vê-se também que o número continua elevado e ainda próximo do máximo histórico atingido nesta segunda onda pandémica, mas já em tendência decrescente.

Porém, é o número elevado de internamentos que provoca “inquietação” ao infeciologista António Silva Graça. Ao Público, antecipa uma evolução positiva nos próximos dias que deverá levar a uma descida do número de mortes diárias. Ainda assim “é possível que nesta semana se registem ainda valores semelhantes aos deste domingo”.

Os números elevados de mortes, tendo em conta o número de novos casos das últimas semanas, são algo “que não espanta” por não escapar às previsões, ao contrário do número de internados.

Porém, os dados da evolução pandémica levam a alertas redobrados para uma época tradicionalmente marcada por reuniões familiares e deslocações, cujas regras do Governo (para já) não condicionam.

Contudo, é importante não esquecer que esta será uma “semana determinante” que culmina com a revisão de regras por parte do Executivo na próxima sexta-feira, dia 18 de Dezembro. É com base na evolução dos números nos próximos dias que as restrições mínimas impostas para o período do Natal podem vir (ou não) a ser agravadas.

A epidemiologista Elisabete Ramos fala num “balanço difícil”, mas “obrigar uma parte da população, que já esteve fechada durante muitos meses, a passar um Natal em isolamento também não seria bom para a saúde”. É por isso que acredita que o Governo tenha decidido este alívio de restrições no período do Natal “contando com o trabalho das famílias para minimizar o risco”.

A especialista sublinha que tomar medidas para minimizar o risco não dá certezas de que se elimine por completo o risco e, por isso, por isso “é expectável que haja um aumento de número de casos em Janeiro (em consequência do Natal)”. Neste caso, a variação no número de mortes só deverá ter efeitos no final do mês de Janeiro e durante o mês de Fevereiro.

Na passada sexta-feira, o Expresso avançou um número de um Natal sem restrições: 1500 mortes potenciais, calculado com base em modelos matemáticos que têm ajudado a prever a evolução da pandemia e a resposta.

Esta previsão deixa o médico de Saúde Pública Ricardo Mexia “algo apreensivo”.

Para a próxima declaração ao país do primeiro-ministro, o especialista espera que haja uma comunicação “clara”, não só das regras, mas também de “recomendações para que as famílias possam passar o Natal com mais segurança”.

António Costa prometeu, aquando do anúncio de medidas para as datas festivas do Natal e Ano Novo, “puxar o travão de mão” caso a evolução pandémica se agravasse.

ZAP //

19 Comments

  1. Os portugueses vão ter de accionar o assento ejectável do Costa já em 2021 de contrário poucos resistirão! Seja com o Covid ou com Siresp.

  2. Então mas as medidas e os sucessivos estados de emergência, as obrigação de juntar toda a gente nas compras de manha para fechar á tarde, rebentar com o que faltava rebentar na economia e as PME, dar cabo da restauração, turismo, cultura e tudo mais! Não era para salvar o natal ??

    Agora ja se preparam para fechar também o Natal e ano novo !!!!
    E a seguir o que mais ? Confinar o pais no dias das eleições ou cancelarlas já directamente e dar vitoria a Marcelo pelas sondagens !!!

    Entretanto justificar o que foi feito em Julho e Agosto para preparar o SNS para a segunda vaga? … Nada!!!
    Estavam de Ferias e para isso era importante dizer que Portugal era um pais seguro.
    Bom, verdade seja dita, o Presidente ajudou … salvou as tais turistas de naufragarem e assim irem parar ao SNS … infelizmente no processo ajudou a tirar a necessidade do vigilante do mar (…mais um para o desemprego)

  3. Mortes?? Estão a aumentar?? Mas ah alguém decente que fassa uma verdadeira avaliação sobre os cuidados de saúde em Portugal? É que rapidamente vamos ver hospitais com base em alicerces do desenrasca e do passa os problemas para um e para outro profissional… Vamos ver que uns não fazem nada e outros estão sobrecarregados de trabalho, o mesmo será dizer má gestão… É por isso que tem morrido muita gente no inverno não é só por causa dos vírus… Vírus áh todos os anos e alguns mais violentos que outros…o problema é o SNS que nunca teve preparado para assistir e dar assistência à população… Temos um snszinho uma coisa minúscula basta ver o número de camas dos cuidados intensivos antes da pandemia que se resumiam a 12 ou a 7 camas para cidades inteiras…. Agora querem ficar em casa a ver a chuva a cair tudo bem, mas não venham pedir que os que estão a trabalhar neste momento financiem, através de mais impostos, os que ficaram sem emprego ou que simplesmente têm medo de sair de casa… A sociedade tem que acordar para a verdade… E a verdade é somos pobres! Não temos xeta, dinheiro

    • Não HÁ decência no nosso país. Podes, quanto muito, escrever: “Portugal é um país onde nem o governo nem o Sistema de Saúde atuam de forma eficiente, tendo em vista a proteção dos mais frágeis.”

      Obrigada.

  4. Oh grande amigo Costa, amigo da infância e juventude e agora Sr. Primeiro Ministro. No entanto, falo-te como falava naquela altura porque sei que não levas a mal nem desprestigio o teu cargo. E quero dizer-te que, com a tuas medidas, não salvaste a economia coisa nenhuma e, se minimizaste a pandemia, quase que se não dá conta. Parece que insistes em não ver o óbvio. Se em vez de andares com meias tintas, tinhas imposto um mês de confinamento total e absoluto a toda a população, não só tinhas poupado imenso dinheiro como provavelmente, agora, teríamos os números de Julho ou Agosto. Que a Austrália sirva de exemplo, pois parece ser o único país do mundo que conseguiu, ou está prestes, a debelar a pandemia com confinamentos rígidos e no tempo certo. E quanto à economia está bem melhor que toda a Europa e a América. Sabes bem que nas nossas escolas é tudo à molhada e que as taxas de contaminação não são as oficiais, mas andarão na casa dos 30%, só que ninguém faz testes, porque ali vão encontrar-se as contaminações dos alunos, das famílias e da sociedade em geral. Depois, os centros comerciais e as grandes superfícies, sempre à pinha ao final da tarde, nos dias em que não são obrigados a fechar, são o agente tanto ou mais contaminador que as escolas. Por isso mesmo, como sei que não queres matar grande parte de certas faixas etárias vulneráveis da população, que estão a morrer de covid mas, sobretudo, de outras coisas por causa da prioridade dada à covid, puxa lá o travão de mão mas com quanta força tenhas. Olha a Merkel que nunca deu ponto sem nó. Aquele abraço e já sabes: se for preciso também vamos dar uma mãozinha, porque a população está mesmo a sofrer muito e a vários títulos.

  5. Caro ZAP, no segmento “(…) uma vez que em apenas 24 horas perderam-se 98 vidas”, está presente um erro horrível, que compromete a transmissão de informação ao leitor.
    O clítico “-se” deve estar colocado antes do verbo pronominal “perder-se”, porque se está a introduzir uma informação nova, associada à referência que implica “o número mais elevado no que toca a mortes provocadas pelo covid-19”.

    A seguinte frase (por mim elaborada) traduz, por si só, uma correção global das frases implicadas.
    “Ontem, [enfrentou-se] um dos piores dias da pandemia em Portugal. O país registou o número mais elevado de mortes provocadas pel[o] covid-19, [pois], em apenas 24 horas perderam-se 98 vidas.”

  6. Este gajo é parvo. Está com a cagufa, porque compreende que as PÉSSIMAS MEDIDAS que tem tomado NÃO FORAM NEM NUNCA SERÃO SUFICIENTES para combater este VÍRUS PERIGOSO!
    Alguém pode explicar a este comunista o que é que o adjetivo “PERIGOSO” significa?
    Eu estou cansada…!!!!!!!

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