Montenegro considera “uma insensibilidade, de uma insensatez” o aumento das elevadas pensões. Sobre o aeroporto, o líder do PSD diz que não fala “diretamente com o ministro das Infraestruturas”.
O programa Famílias Primeiro foi apresentado na semana passada pelo Governo e trouxe novidades para os pensionistas. O primeiro-ministro revelou que os reformados terão um rendimento extra equivalente a meia pensão, que será pago de uma só vez em outubro, acrescentado ao valor normal da pensão.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou esta segunda-feira o primeiro-ministro de se baralhar nas suas “próprias habilidades” nas explicações sobre o aumento das pensões dadas na entrevista à TVI/CNN Portugal.
“O doutor António Costa acho que se baralha nas suas próprias habilidades e não percebe bem o alcance das suas atitudes”, atirou Luís Montenegro à chegada a Mangualde, em Viseu, para uma assembleia distrital do partido.
Luís Montenegro acha que o primeiro-ministro está a “ludibriar” os portugueses com estas novas medidas. O líder social-democrata espera que António Costa diga a verdade, mas não tem muita esperança.
A chegada à reunião, que coincidiu com o final da entrevista do primeiro-ministro à TVI/CNN Portugal, Montenegro considerou que António Costa “de uma vez só, confessou efetivamente um corte de mil milhões de euros”, e não só.
“Confessa que efetivamente a lei das pensões que ele e o PS sempre disseram que não necessitava de ser revisitada, de ser revista, porque assegurava para muitas décadas a sustentabilidade da Segurança Social, consegue dizer que foi alterada”.
Ou seja, “de uma forma dissimulada foi isso que o doutor António Costa disse: vamos alterar a lei de atualização das pensões em Portugal”, acrescentou.
O líder social-democrata alegou que o Governo dá um suplemento aos pensionistas em outubro que é “a parte que era devida no próximo ano, do aumento legal das pensões”, e que ainda por cima é “de uma injustiça gritante”.
Segundo as contas feitas por Montenegro, o Governo quer “dar 2.500 euros a um pensionista que ganha 5.000 euros, ao mesmo tempo que dá 150 [euros] a um que ganha 300 [euros], 200 [euros] a um que ganha 400 [euros], 250 [euros] a um que ganhe 500 euros”.
Montenegro disse não aceitar que que o Governo de Portugal possa, “numa altura de grande dificuldade” dar aumentos maiores aos que têm pensões mais elevadas, o que é de “uma insensibilidade, de uma insensatez” e “mesmo de um desnorte”.
“Em todo o caso, das suas tentativas, resultaram algumas conclusões, a primeira das quais é importantíssima, é que o doutor António Costa confessou que há um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões a aplicar em 2023 com todos os reflexos que isso tem nos anos subsequentes”, sustentou o líder do PSD.
Segundo Luís Montenegro, o chefe do Governo, “não o querendo dizer desta maneira, acabou por anunciar que os aumentos previstos nas pensões de 2023 consagram a necessidade de promover mais sustentabilidade na Segurança Social e, ao mesmo tempo, disse que o adicional que vai ser pago agora no mês de outubro, era um suplemento extraordinário”.
“Costa não o quis assumir, mas eu assumo-o”
O líder do PSD, Luís Montenegro, admitiu ainda que o único interlocutor com quem fala no Governo sobre o aeroporto é o primeiro-ministro, António Costa, e assumiu que tem havido diálogo, apesar de se manter discreto.
“Tenho utilizado toda a descrição e recato a comentar o processo de diálogo que nós abrimos com o Governo a esse respeito, mas não é novidade para ninguém que a condição que eu coloquei, inicial, para poder haver esse diálogo era que nos entendêssemos quanto a uma metodologia”, afirmou Luís Montenegro.
“Estamos efetivamente a manter esse diálogo aberto, os dois, já agora, para que fique claro, o doutor António Costa não o quis assumir, mas eu assumo-o. As conversas que temos tido são a dois, o meu interlocutor é o doutor António Costa, primeiro-ministro”, sublinhou.
Luís Montenegro acrescentou que não fala “diretamente com o ministro das Infraestruturas” e, isso, destacou, “é ponto assente, não vale a pena estar com subterfúgios, mais uma vez de linguagem, de retórica política”.
“Eu sou direto e era bom que o país também tivesse um primeiro-ministro direto, em vez de andar sempre a dissimular as coisas, enfim, é uma forma de ser, eu respeito, não é a minha”, acusou o líder do PSD.
E, para falar “de uma forma direta”, assumiu que os dois responsáveis políticos estão “a caminhar no sentido de obter um entendimento quanto à metodologia” do novo aeroporto, e para o qual o PSD vai apresentar “balizas metodológicas” ao Governo.
Neste sentido, lembrou que é o primeiro-ministro e o Governo quem decide, a decisão não é da oposição, mas se o PSD se conseguir “rever nessa decisão, tanto melhor” para o processo avançar.
“Como o doutor António Costa disse, há condições para no espaço de uns meses, um ano, até ao final do próximo ano, o Governo poder tomar uma decisão com todos os elementos que do nosso ponto de vista são necessários para que essa decisão seja tomada”, concluiu Luís Montenegro.
Este inúteis pensam que estamos para aturar joguinhos de putos mimados que nada de interesse têm para apresentar para o país!
DESAPAREÇA!!!
Puto mimado, quem? O maluco que criou dois aeroportos e que morreram em 24 horas?
Costa quer empurrar Montenegro para a solução do aeroporto, porque se no futuro algo correr mal assim já terá alguém para quem empurrar a culpas. Costa é que deve assumir a decisão, em última instância.