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Ministro do governo catalão demite-se em desacordo com opção de Puigdemont

Quique Garcia / EPA

O “Ministro da Indústria” da Catalunha, Santi Vila (dir) à saída do Palácio da Genaralitat após a sua demissão. À esquerda, carles Puidgemont

O ministro regional com a pasta da Indústria do governo regional catalão, Santi Vila, demitiu-se hoje em desacordo com a decisão do presidente Carles Puigdemont de deixar para o parlamento regional uma eventual declaração de independência.

“Demiti-me. As minhas tentativas de diálogo fracassaram novamente. Espero ter sido útil, até ao último minuto, ao presidente Carles Puigdemont e aos catalães”, disse o ‘conseller’ de Empresa e Conhecimento, Santi Vila.

Nos últimos dias – e entre muitos rumores de que estaria prestes a demitir-se – Vila foi uma das vozes mais fortes no governo regional a favor de uma convocatória de eleições antecipadas e da necessidade de evitar uma declaração de independência.

Santi Vila era o ‘conseller’ mais moderado do Governo regional catalão e entrou para o lugar em junho, em substituição de Jordi Baiget, que tinha sido destituído após ter expressado em público dúvidas sobre a realização do referendo a 01 de outubro.

Na sequência do referendo de 1 de Outubro e das posições do governo regional, mais de 1.300 empresas catalãs mudaram a sede social ou fiscal para outras regiões de Espanha, um êxodo com consequências ainda por calcular para a economia catalã.

Carles Puigdemont pôs hoje de parte a hipótese de convocar eleições antecipadas na Catalunha para travar as medidas que o Governo de Madrid se prepara para ver aprovadas no Senado para restaurar a legalidade na região.

O presidente regional acabou por fazê-lo após demonstrações públicas contra si protagonizadas pelos independentistas e depois de alguns deputados do seu partido, o Partido Democrático Europeu da Catalunha (PDeCAT), se terem demitido.

Dois deputados do PDeCAT no parlamento catalão anunciaram a saída do partido, em protesto contra a eventual decisão do presidente do governo regional, tal como dava conta a imprensa catalã e madrilena de hoje.

Puigdemont acabaria por recuar nessa ideia, mas pelo menos o autarca de La Seu d’Urgell (Lleida), Albert Batalla, e o deputado Jordi Cuminal apresentaram mesmo a decisão.

Anterior responsável da Convergência Democrática da Catalunha (CDC, antecessora do PDeCAT) e do executivo anterior, liderado por Artur Mas, Cuminal divulgou uma mensagem semelhante: “Não partilho a decisão de ir a eleições. Renuncio ao meu lugar de deputado e saio do PDeCAT”.

O PDeCAT integra, juntamente com a Esquerda Republicana Catalã e outros partidos, a coligação Junts pel Sí, que apoia o governo catalão no parlamento regional.

// Lusa

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