Ministério Público teve 6 telemóveis de Sócrates sob escuta

6

José Goulão / Flickr

Ex-primeiro-Ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

Ex-primeiro-Ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

A acusação do Ministério Público contra José Sócrates assenta em grande parte nas inúmeras horas de escutas telefónicas feitas aos seis telemóveis que o ex-governante usava antes de ser detido, em Novembro de 2014.

Segundo o Correio da Manhã, foram as escutas telefónicas a estes seis telemóveis que fundamentaram as suspeitas do Ministério Público e a tese de que Carlos Santos Silva era um mero “testa-de-ferro” do ex-governante.

O jornal nota que essas escutas permitem atestar a vida faustosa que Sócrates levava em Paris, com gastos avultados, e ainda confirmar que ele movimentava como bem queria o dinheiro das contas de Carlos Santos Silva.

A título de exemplo, avançado pelo mesmo diário, entre Março de 2011 e Abril de 2013, José Sócrates terá gasto 61 mil euros usando dois cartões de crédito.

Só numa estadia no Brasil, o ex-primeiro-ministro terá gasto mais de 10 mil euros em roupa.

São ainda referidos os gastos elevados em hotéis de luxo em Lisboa e as transferências de montantes elevados feitas pela mãe de Sócrates, Maria Adelaide, para as contas do ex-primeiro-ministro, após a venda de um apartamento na Rua Braamcamp, em Lisboa.

O jornal avança mesmo que “a mãe de Sócrates geria fortuna sem ter dinheiro“, sublinhando que Maria Adelaide declarava apenas “2800 euros por ano e tinha participação em empresa falida”.

Apesar deste quadro de suspeitas por branqueamento de capitais, fraude fiscal e corrupção, ainda não foi deduzida acusação contra José Sócrates.

Este facto revolta os seus advogados, João Araújo e Pedro Delille, que consideram que o prazo legal para a conclusão do inquérito judicial já se esgotou, conforme apontam numa nota enviada às redacções e publicada por vários jornais.

“Dois anos e meio. Nem factos, nem provas, nem acusação”, lamentam os advogados de Sócrates, acusando o Ministério Público de ter investigado “o que quis, como quis, com o que quis” e de, mesmo assim, não ter chegado a qualquer conclusão.

ZAP

6 Comments

  1. Qual foi o juiz que ordenou ou autorizou estas escutas? Foi o Carlinhos? O CM não diz!
    “Dois anos e meio. Nem factos, nem provas, nem acusação”.

    • Sabe lá! O que não sabe é o que está consolidado no processo nem o que são prazos processuais. Isso é de certeza! E com certeza o desconhecimento nunca foi premissa para postas de pescada.

  2. Será que pode haver seriedade numa pessoa que já fora do cargo politico tenha necessidade de usar 6 seis telemoveis sem ter intensões criminosas no cartório???.
    Para mim era prova mais que suficiente para o julgar e condenar,que eu saiba é
    imposivel ter mais que duas mãos e dois ouvidos.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.