Ricardo Salgado envolveu o nome de Marcelo Rebelo de Sousa no processo de compra do jornal Sol, por parte do empresário angolano Álvaro Sobrinho, durante os interrogatórios da Operação Marquês. A revelação consta no livro do jornalista Luís Rosa, que também evidencia como Sobrinho se tornou no “ódio de estimação” de Salgado.
O livro “A Conspiração dos Poderosos – Os Segredos do Saco Azul do Grupo Espírito Santo” do jornalista do Observador Luís Rosa vai ser lançado esta sexta-feira, pela Esfera dos Livros. Mas o jornal online decidiu antecipar extractos da obra que se centra no chamado “saco azul” do GES (Grupo Espírito Santo) e em interrogatórios feitos a Ricardo Salgado, no âmbito dos diversos processos judiciais de que foi alvo.
Além da Operação Marquês, onde está acusado de pagar “luvas” milionárias a José Sócrates, entre outros, para obter benefícios para o GES, Salgado foi também interrogado nos casos Monte Branco e Universo Espírito Santo.
Luís Rosa debruça-se sobre as alegações feitas pelo ex-banqueiro, quando confrontado pela justiça, e dá uma ideia da forma como se defendeu das acusações de que é alvo.
Salgado sugeriu Sobrinho a Marcelo para o Sol
O Observador antecipa algumas partes do livro, nomeadamente aquela onde Salgado refere que deu o nome do empresário luso-angolano Álvaro Sobrinho a Marcelo Rebelo de Sousa, então colunista do jornal Sol, para que este procurasse investidores para o semanário em Angola. O Sol vivia, na altura, uma delicada situação financeira e corria o risco de “fechar portas”.
No interrogatório, citado pelo jornal online, Salgado conta que Marcelo Rebelo de Sousa se disponibilizou para ajudar o Sol. Desse modo, o ex-banqueiro diz que lhe sugeriu para falar com Sobrinho quando fosse a Angola.
“Ó professor, o meu amigo vai a Angola muitas vezes dar aulas de Direito. Quando estiver lá, fale com o Álvaro Sobrinho e veja se ele arranja um investidor para entrar no Sol”, terá relatado aos investigadores o ex-banqueiro.
Em 2009, foi o próprio Sobrinho quem comprou o Sol. E Salgado não gostou nada, tendo mesmo aconselhado o empresário “a vender imediatamente” o jornal. “O GES nunca teve uma participação num jornal, nunca se quis envolver nos media e você vai ver que isso vai acabar por se reflectir negativamente”, defendeu o ex-presidente do BES, ainda segundo o livro de Luís Rosa.
Mas Sobrinho não vendeu o Sol e ainda comprou o jornal i e depois “outros jornais em Angola” que começaram a publicar artigos “a atacar as autoridades angolanas”, queixou-se Salgado.
O desagrado do ex-banqueiro explica-se pelas fortes relações de negócio que tinha com elementos próximos do regime angolano, então liderado por José Eduardo dos Santos – os seus sócios no Banco Espírito Santo Angola (BESA) eram empresas de Isabel dos Santos e de generais próximos do então Presidente angolano.
Além disso, Salgado também não gostava da visibilidade que Sobrinho ganhava e estava preocupado por poder desagradar a Sócrates que, na altura, estaria interessado em “abafar” um jornal que era visto como uma ameaça.
Da confiança ao ódio…
Este caso do Sol foi apenas um dos vários “focos de tensão” que criaram animosidade na relação entre Salgado e Sobrinho, como explica o Observador.
Salgado e Sobrinho começaram por ter uma relação de confiança. O luso-angolano que foi líder do BESA entre 2002 e 2013, chegou a ter 5% das acções da Espírito Santo Enterprises (ESI), o “saco azul” do BES.
Mas Salgado culpa Sobrinho pelo descalabro no BESA. “O BESA esteve ao serviço do Álvaro Sobrinho e família”, acusa o ex-banqueiro num dos interrogatórios citados no livro. “O Álvaro Sobrinho pôs a cunhada à frente da área do crédito. Quem dava o crédito era a cunhada”, lamenta também.
A viver com “mesada” da filha
Outro capítulo do livro antecipado pelo Observador refere-se a um interrogatório com o juiz Carlos Alexandre em que Salgado se queixa das cauções pagas, no âmbito dos vários processos em que está implicado, e lamenta que está em situação de “insuficiência económica” e a receber uma ajuda de “40 mil euros mensais” da filha, Catarina Salgado, que vive na Suíça e é casada com um milionário.
Quando os seus queixumes são interrompidos pelo juiz, Salgado cita o Papa Francisco – “não chores pelo que perdeste e luta pelo que tens”, diz, concluindo que a sua vida “está reduzida à versão mais simples em termos monetários”.
Nessa altura, como lembra o Observador, o ex-banqueiro recebia, além da ajuda da filha, uma pensão de nove mil euros do Fundo de Pensões do Novo Banco (ex-BES).
Este tipo é mais um sociopata que temos neste país e no mundo.
Andou e continua a gozar c/ os Portugueses. Para este tipo de gente não era a prisão, teria de ser muito pior.
Gente em carater, sem humanidade. Gentalha.
MLKJ, não vai acontecer nada de pior para este vigarista porque ele continua a ter muita gente no bolso e só isso serve de ameaça a quem quiser prendê-lo. Isto não vai dar em nada, só e talvez pulseira electrónica.
Não existe nenhum banqueiro que tenha humanidade ou escrúpulos, não tem escrúpulos do que fez, só se preocupa em manter o fausto da vida que tinha por isso coitado tem tão pouco para viver “ajuda de “40 mil euros mensais” da filha”. Coitado está pobre, RIDÍCULO.
É por estas e por outras que tenho às vezes vergonha de ser português.
O outro roubou um pão num hiper e foi a julgamento, este roubou milhões e um dia destes está cá fora a passar férias no Brasil numa das propriedades da família. Aposto
Quando tudo isto acabar (não sei quando),quero ver se foram as luvas milionárias que fizeram ruir o BES… ou se foi um banco que simplesmente fizeram (quem?) falir.
Gozam com o povo mas um dia… um dia vão pagar cada centavo que roubaram…
Este ladrão e respectiva família… a filha casa com milionário ou a filha faz de algum milionário com os milhões roubados!
Ladrões!!!!!
Tanta raiva. Comentários venenosos e incendiários que roça à inveja. Gente que não se realizou na vida e olha nos outros, bem sucedidos, a causa do seu insucesso. Eu ainda não consegui encontrar uma unica noticia verdadeira, é tudo feito com base na especulacao. Assim vai o jornalismo portugues. Para vós há sempre um culpado: Sócrates. Abraço de Maputo.
????????????????……
Roubou, roubou, enganou, deixou milhares sem as poupanças de uma vida. Não teve consciência, nem sinais de remorso. Agora chora-se e cita o Papa Francisco : confere ….e também deve ir à capela bater com a mão no peito todos os dias … confere !
É de bradar aos céus! Este sr. recebe “uma pequena mesada” da filha, que ele deve ir levantar a qualquer offshore, nas suas deslocações à Suiça, onde se deve encontrar a dita filha a administrar-lhe a fortuna, roubada aos pequenos investidores portugueses. Os eufemismos que eles descobrem para enganarem o próximo! A culpa de tudo isto é do ministro, de apelido Barreto, que achou que se deviam indemnizar todos estes pobrezinhos pelas nacionalizações de que foram vítimas. E os negócios que eles fizeram, as contrapartidas que tiveram!. Nem é bom falar! Já o meu pai dizia que “Quem o seu inimigo poupa às mãos lhe morre”!.