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Marcelo vai estar no funeral do piloto que morreu a combater fogo no Gerês. Incêndio continua ativo

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Miguel A. Lopes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou este domingo que vai estar presente no funeral do piloto do avião de combate a fogos que se despenhou neste sábado na Galiza.

“Tenho transmitido nos funerais das vítimas aos seus familiares aquilo que está no coração do povo português e farei o mesmo relativamente à vítima que está a ter transladada de Vigo para Leiria, não os esquecemos”, afirmou o Presidente da República.

À margem de uma visita à cidade de Silves, no Algarve, o chefe de Estado destacou o “esforço muito grande” dos operacionais para enfrentarem fogos “em condições difíceis” e com “ignições simultâneas por todo o continente, dificultando a concentração de meios”.

Esse esforço tem-se refletido na “ausência de vítimas” nas populações e de danos nas povoações, “mesmo quando o fogo anda muito próximo”, destacou.

Lamentou o elevado número de operacionais que foram “vítimas mortais e outros que tiveram ferimentos mais ou menos graves” a quem devida uma homenagem.

Com a época de combate a fogos a não ter “ainda chegado a meio”, o Presidente da República alertou para o facto de “poder haver” fogos florestais “até ao final de outubro”, sendo que os meses que passaram “representam menos de metade dos que ainda faltam”, sendo, por isso, “sensata” toda a precaução.

No sábado, o Presidente da República disse que tinha apresentado condolências à família do piloto português que morreu na sequência da queda de um ‘Canadair’ na zona do Lindoso, Ponte da Barca, quando combatia o incêndio que ainda lavra no Gerês.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ter falado também como o filho do piloto espanhol, gravemente ferido no mesmo acidente. “Fica aqui registado, com grande pesar meu, aquilo que é mais um triste acontecimento nesta época de fogos”, declarou.

O avião despenhou-se, pelas 11:20 de sábado, numa área do território espanhol, “a cerca de um, dois quilómetros da fronteira com Portugal”.

O piloto, de nacionalidade portuguesa, de 65 anos, morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica, enquanto o segundo piloto, de nacionalidade espanhola e de 39 anos, foi assistido no local e transportado em “estado grave” para o Hospital de Viana do Castelo, de onde foi transferido para Braga, estando agora fora de perigo.

Incêndio ainda não foi dominado

O incêndio que lavra desde sábado entre Portugal e Espanha, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, continua ativo, sem evolução, mas “os trabalhos decorrem favoravelmente” do lado português, adiantou este domingo à agência Lusa a Autoridade Nacional de Emergências e Proteção Civil (ANEPC).

“Os trabalhos estão a decorrer favoravelmente há várias horas, mas devido aos condicionalismos conhecidos o incêndio continua não dominado”.

O fogo na freguesia de Lindoso, no concelho de Ponte da Barca, chegou a ser combatido por dez meios aéreos durante a tarde de domingo e mobilizou 84 operacionais apoiados por 31 viaturas, pelas 22h50, de acordo com a página da ANEPC.

Durante a tarde, o secretário de Estado da Conservação da Natureza disse à agência Lusa que as chamas já tinham consumido cerca de 200 hectares, mas os principais esforços de proteção centram-se na Mata do Cabril.

“Dentro do território nacional, estamos a falar de uma área entre 150 a 200 hectares de valores ambientais de proteção parcial e complementar”, referiu João Catarino, que tem a pasta da Secretaria de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.

“Estamos a fazer tudo para que não chegue à zona de proteção total, que é a Mata do Cabril. Aí, sim, temos enormes valores ambientais. É o ex-libris daquele parque nacional, que é o único que temos”, declarou, acrescentando esperar que o incêndio consiga ser neutralizado ainda este domingo.

João Catarino indicou que o combate o fogo de Lindoso tem “dificuldade acrescida” por causa do relevo da região, o que tem obrigado a que os esforços sejam essencialmente “manuais, apeados” e com meios aéreos. O combate tem sido feito maioritariamente por meios terrestres, com pessoal apeado e com recurso a ferramentas, devido à inclinação do terreno e ao facto de estar a 800 metros de altitude.

A maior parte deste incêndio está a ser combatido em território espanhol.

ZAP // Lusa

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